O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou hoje (30.) em rede social que o Nordeste é a “pior região do país”.
Desse modo, o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu tal declaração em resposta a um comentário em seu perfil no Instagram que dizia “Direita no Nordeste nunca mais”. Como informa o Poder360.
“Então vai continuar sendo a pior região do país, com mais criminalidade, pior educação e etc. Não venha reclamar depois”, disse o deputado federal.
Conforme as informações do Poder, a região tem 31,29 homicídios dolosos a cada 100 mil habitantes. A média nacional é de 17,47.
Sobretudo, os dados são referentes a 2024 e são do Ministério de Justiça e Segurança Pública.
Já na educação, Estados da região lideram o ranking de alunos matriculados em tempo integral no ensino fundamental, segundo dados do último Censo Escolar.
São eles Ceará (51,4%), Piauí (48,9%) e Maranhão (40,3%). A média nacional é de 17,5%.
Além disso, a região também teve o maior número redações com nota 1.000 na última edição do Enem (Ensino Nacional do Ensino Médio), com 25 textos– 41% do total.
O local entrou na lista de buscas da PF após a descoberta de que Carlos Bolsonaro estava no local, de onde transmitiu uma live com o pai e os irmãos Flávio e Eduardo na noite deste domingo (28).
Ainda segundo a coluna, a casa estava vazia na manhã desta segunda-feira (29) quando a Polícia Federal chegou ao local. Bolsonaro e seus filhos haviam saído para pescar e ainda não haviam retornado.
Mas imagens divulgadas pela GloboNews no final da manhã mostram Bolsonaro e seus filhos do lado de fora da casa acompanhando a saída de agentes da PF que cumpriram as buscas na residência.
Na live deste domingo, Bolsonaro negou que tenha criado uma “Abin paralela” para espionar adversários.
Além da casa de Angra, são alvos da PF o gabinete do vereador e uma residência no Rio de Janeiro. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e também são cumpridos mandados em Formosa (GO) e Salvador (BA).
Carlos é suspeito de ser um dos destinatários das informações produzidas de forma ilegal pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Segundo a PF, as medidas desta segunda-feira têm como objetivo “avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]”.
Relatórios produzidos pela agência sob Bolsonaro e o uso do software espião First Mile estão no centro da investigação da PF. Na última quinta (25), a PF deflagrou a operação Vigilância Aproximada, desdobramento da Última Milha, deflagrada em outubro de 2023.
O foco principal na operação da última semana tinham sido policiais que atuavam na Abin, em especial no CIN (Centro de Inteligência Nacional), estrutura criada durante a gestão Bolsonaro. Um dos alvos foi Alexandre Ramagem, diretor da agência na época em que o uso ilegal do software teria ocorrido.
Os investigadores afirmam que oficiais da Abin e policiais federais lotados na agência produziam essas informações “por meio de ações clandestinas” sem “qualquer controle judicial ou do Ministério Público”.
A investigação mostrou que, além de Carlos, envolvidos no esquema teriam utilizada a Abin para favorecer Flávio e Jair Renan. Em live neste domingo (28) ao lado dos filhos Flávio, Carlos e Eduardo, Bolsonaro negou que tenha criado uma “Abin paralela” para espionar adversários.
Carlos ainda não se manifestou sobre a operação desta segunda-feira.
A PF investiga se a agência utilizou o software de geolocalização e se produziu relatórios sobre ministros do STF, políticos e outros adversários do ex-presidente.
O CIN foi criado durante a gestão de Ramagem e teria produzido relatórios e utilizado do FirstMile em favor de interesses do governo Bolsonaro. Ramagem é muito próximo da família Bolsonaro, em especial de Carlos Bolsonaro, alvo da PF nesta segunda-feira (29).
A ligação entre os dois foi um dos motivos de Ramagem ter seu nome barrado por Moraes, do STF, para o comando da PF, em 2020. À época, a relação de amizade dos dois já era conhecia e os dois passaram juntos a festa da virada de ano de 2019 para 2020.
247 – A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, apresentou um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), buscando o acesso integral aos depoimentos prestados à Polícia Federal (PF) na quinta-feira (31) no âmbito do inquérito que investiga a alegada venda ilegal de joias recebidas por comitivas do governo Bolsonaro durante viagens oficiais. Na petição encaminhada ao ministro Moraes, divulgada pelo g1, os advogados do casal alegaram que os depoimentos em questão “constituem elementos já devidamente documentados” e solicitaram “acesso imediato a esses documentos”, bem como a inclusão deles nos autos do processo.
O casal Bolsonaro integra um grupo de oito indivíduos mencionados no inquérito sobre as joias que foram convocados pela PF para prestar depoimento na quinta-feira, em locais que incluem Brasília e São Paulo. Além de Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro, também foram intimados para depor: Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Mauro Lourena Cid, pai de Cid e general da reserva que compartilhou a formação na Aman com Bolsonaro; Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro; Fabio Wajngarten, ex-chefe da comunicação do governo Bolsonaro; Marcelo Câmara, ex-assessor especial de Bolsonaro; e Osmar Crivellati, ex-assessor de Bolsonaro.
As defesas de Bolsonaro, Michelle, Wajngarten e Câmara anunciaram previamente que seus clientes permaneceriam em silêncio durante os depoimentos. Em um comunicado, os advogados dos quatro indivíduos justificaram essa decisão com base na crença de que o Supremo Tribunal Federal (STF) não representa a instância apropriada para conduzir a investigação. Por outro lado, Mauro Cid, de acordo com informações apuradas pelo g1, forneceu informações à PF por um período que ultrapassou nove horas. Em entrevista ao blog da Camila Bomfim, o advogado Cezar Bittencourt, que representa Cid, afirmou que seu cliente não fez acusações contra Jair Bolsonaro durante seu depoimento. Bittencourt também mencionou que seu cliente “assumiu tudo”.
A maioria das cidades com a taxa mais alta de armas por habitante nos últimos quatro anos teve o então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) como o mais votado no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Concentração de armas x votação em Bolsonaro
2° turno de 2022
Influência política
O discurso pró-armas de Bolsonaro foi uma de suas principais promessas ainda na campanha de 2018. Na Presidência da República, Bolsonaro elaborou decretos que facilitaram a compra de armamento pela população. Ele defendia o uso da arma não só como uma forma de “enfrentar” a criminalidade, mas também como uma maneira de combater uma eventual ditadura.
“Olha como é fácil impor uma ditadura no Brasil. Por isso eu quero que o povo se arme, a garantia de que não vai aparecer um filho da puta e impor uma ditadura aqui. A bosta de um decreto, algema e bota todo mundo dentro de casa. Se ele tivesse armado ia para rua. Se eu fosse ditador, eu desarmava como fizeram todos no passado”, defendeu o presidente em reunião ministerial de 22 de abril de 2020, início da pandemia da Covid-19.
Também são de Bolsonaro declarações como: “Povo armado jamais será escravizado”.
Especialista em Segurança Pública e pesquisador do Grupo Candango de Criminologia da UnB, o professor Welliton Caixeta Maciel lembra que no governo Bolsonaro houve um aumento do incentivo da compra de armas e munições, mas que esse aumento na busca por armas já era registrado antes.
“Bolsonaro influenciou na venda de armas não só pela questão simbólica, enquanto líder político, mas ele liberou geral por meio de normativas. A gente percebe também que houve um apoio muito grande às empresas, como ao mercado armamentista. O comércio bélico cresceu”, explica Caixeta.
Além disso, chamou a atenção do professor que entre as cidades que mais se armaram nos últimos quatro anos há muitas que têm o agronegócio forte. “Essas cidades são a maioria do interior e têm uma forte influência do agro. Essas pessoas não estavam arrumando armas apenas para se defender, mas também por questões patrimoniais. O perfil de quem tem posse de armas são pessoas com poder aquisitivo e que tem patrimônio”, avalia o pesquisador.
“Bolsonaro influenciou na venda de armas não só pela questão simbólica, enquanto líder político, mas ele liberou geral por meio de normativas. A gente percebe também que houve um apoio muito grande às empresas, como ao mercado armamentista. O comércio bélico cresceu”, explica Caixeta.
Além disso, chamou a atenção do professor que entre as cidades que mais se armaram nos últimos quatro anos há muitas que têm o agronegócio forte. “Essas cidades são a maioria do interior e têm uma forte influência do agro. Essas pessoas não estavam arrumando armas apenas para se defender, mas também por questões patrimoniais. O perfil de quem tem posse de armas são pessoas com poder aquisitivo e que tem patrimônio”, avalia o pesquisador.
O ex-presidente Jair Bolsonaro deve seguir enfrentando frentes sucessivas de investigação – e eventuais condenações – mesmo após se tornar inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A decisão da Justiça Eleitoral foi tomada com base em uma representação que questionou a reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em 2022, na qual Bolsonaro mentiu sobre o sistema eleitoral.
O TSE, além disso, decidiu enviar essa representação ao Tribunal de Contas da União (TCU). Caberá ao órgão estabelecer uma multa a Bolsonaro – uma decisão de caráter administrativo.
O TCU deve também, no entanto, abrir uma tomada de contas especial. Bolsonaro poderá se defender nesse processo mas, se for condenado, fica novamente inelegível por oito anos.
Os prazos correm simultaneamente, mas há uma diferença em relação à contagem desse tempo:
na decisão do TSE, os oito anos são contados a partir de 2 de outubro de 2022 (primeiro turno das eleições) – ou seja, Bolsonaro seria considerado elegível em 2030 porque a eleição deve ser em 6 de outubro;
em eventual decisão do TCU, os oito anos valem a partir da data do trânsito em julgado (fim do prazo de recursos), o que levaria a inelegibilidade para além de 2031.
A previsão de inelegibilidade em tomadas de conta especial está prevista na alínea G da Lei da Ficha Limpa – a mesma usada para condenar Bolsonaro no TSE. O texto diz:
“Os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição”.