Embrapa abrirá concurso público pela 1ª vez após 15 anos, afirma presidente do órgão de pesquisa agropecuária

Foto: Fachada da Embrapa Hortaliças — Foto: Paula Fernandes Rodrigues

Em entrevista ao g1, Silvia Massruhá disse que governo federal já aprovou o concurso e que as inscrições devem começar no 1º semestre de 2024. No total, serão ofertadas 890 vagas entre 2024 e 2027.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) irá abrir concurso público pela 1ª vez após 15 anos, informou a presidente da instituição, Silvia Massruhá, em entrevista ao g1 nesta quarta-feira (9).

O início das inscrições está previsto para o 1º semestre de 2024.

O concurso já está aprovado pelo governo federal“, ressaltou Silvia, ao se referir ao aval que foi dado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos para a abertura do edital.

O último concurso da instituição ocorreu em 2009 e, até 2014, o órgão continuou chamando as pessoas que estavam na lista de reserva. “Portanto, faz 10 anos que não temos gente nova na Embrapa”, ressaltou.

No total, serão ofertadas 890 vagas, que serão distribuídas entre os próximos quatros anos: 2024, 2025, 2026 e 2027. As novas posições serão para cargos de técnico, analista, pesquisador, além de vagas para assistente, segundo atualizou Silvia nessa sexta-feira (11).

No primeiro ano de convocação, deverão ser preenchidas 268 das 890 vagas. A Empresa constituiu um grupo de trabalho para analisar a necessidade das unidades de pesquisa relacionadas a vagas e cargos.

Silvia comentou que a abertura de novas vagas é importante após cortes de recursos e desligamentos de funcionários nos últimos anos. A Embrapa é um órgão ligado ao Ministério da Agricultura, que realiza pesquisa para melhorar a produção de alimentos no Brasil.

“A Embrapa teve um programa de demissão voluntária em 2019. Saíram algumas pessoas que já estavam para se aposentar. No total, 1.100 pessoas saíram”, destacou.

“A gente está em um momento da Embrapa de transição de gerações. Então é importante a convivência de quem está chegando com quem está saindo”, concluiu Silvia.

Fonte: Globo/G1

Concurso Embrapa terá 890 vagas, diz presidente da instituição

Concurso Embrapa: presidente da Embrapa Silvia Masshurá, Divulgação Embrapa

O novo concurso Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) contará com uma oferta de 890 vagas, com previsão do edital no primeiro semestre de 2024. A confirmação foi feita pela nova presidente da empresa, Silvia Masshurá, em entrevista concedida para o G1 nesta quarta-feira, 9 de agosto. As oportunidades serão para cargos com exigências de níveis médio e superior, com remunerações iniciais de até R$ 11.047,22.  O quantitativo é inferior ao inicialmente previsto, que era de 1.126 vagas, anunciadas em abril. ” O concurso já está aprovado pelo governo federal”, disse.

O concurso Embrapa deve ser destinado para três cargos, com nomeação dos aprovados prevista para ocorrer nos anos de 2024, 2025, 2026 e 2027.

A realização do concurso Embrapa é considerada necessária em decorrência de grande necessidade de pessoal, principalmente após a realização de um Plano de Demissão Voluntária (PDI) realizado em 2019, no qual saíram aproximadamente 1.100 servidores.

Os cargos previstos são os seguintes, com respectivas escolaridades e remunerações iniciais

  • técnico – com ensino médio e inicial de R$ 4.790,41
  • analista – com formação de nível superior e inicial de R$ 9.415,06
  • pesquisador  – com formação de nível superior e inicial de R$ 11.047,22

Além disso, os aprovados contarão com auxílio alimentação de R$ 1.075,25.

Concurso Embrapa: saiba como foi a última seleção

O último concurso Embrapa ocorreu em 2009, com uma oferta de 697 vagas, além de formar cadastro reserva de pessoal, distribuídas por diversos cargos, com opções para quem possui alfabetização ao nível superior. A banca organizadora, na ocasião, foi a Cetro Concursos.

Na ocasião, para ensino fundamental incompleto, a seleção contou com oportunidades para o cargo de assistente classe C. Para fundamental completo, assistente classe B.

Para nível superior, as opções foram as seguintes:

  • pesquisador classe A
  • pesquisador classe B
  • analista classe A
  • analista classe B

Para a maior parte das carreiras de nível superior, além da escolaridade também foi exigido possuir pós-graduação ou experiência anterior na área.

 

Estudo comprova que suco de uva brasileiro faz bem à saúde

Cientistas analisaram o suco de uva integral, elaborado a partir de variedades híbridas criadas pela Embrapa. MVicente/Embrapa

Ossucos de uvas produzidos no Brasil são extremamente ricos de compostos fenólicos bioacessíveis, que estão associados a diferentes benefícios à saúde como fortalecimento do sistema imunológico, prevenção de obesidade, diabetes e doenças cardíacas e neurodegenerativas.

Esta foi a conclusão de um estudo realizado pelo Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os cientistas analisaram o suco de uva integral, elaborado a partir de variedades híbridas criadas pela Embrapa.

Os pesquisadores explicam que os compostos do suco de uva, que têm a capacidade de serem absorvidas pelo organismo após a digestão, são conhecidos também como fitoquímicos ou nutracêuticos. A pesquisa identificou e quantificou 24 desses compostos, dos quais 11 se revelaram bioacessíveis.

Essa descoberta foi feita seguindo o protocolo InfoGest, que simula a passagem desses compostos pela barreira intestinal, proporcionando uma visão mais precisa de como esses nutrientes interagem com o nosso organismo, dizem os pesquisadores.

A variedade BRS Carmem se destacou por apresentar o maior teor de fenólicos bioacessíveis — Foto: Embrapa/Divulgação

O estudo constatou que o suco da uva da variedade BRS Carmem se destacou por apresentar o maior teor de fenólicos bioacessíveis, indicando que fatores, como a variedade da fruta, devem ser mais explorados em estudos sobre alimentos funcionais. “Os resultados apontaram que cada variedade de uva avaliada é uma matriz complexa e única.”

Os compostos fenólicos mais bioacessíveis foram a catequina, a procianidina B2 e o ácido gálico, todos com bioacessibilidade superior a 100%. A pesquisa também sugere que a bioacessibilidade desses fitoquímicos está relacionada à variedade da uva e aos teores de açúcares e ácidos orgânicos da matriz, evidenciando que fatores como a escolha da variedade e grau de maturação da uva devem ser considerados pela indústria processadora de sucos.

Maria da Conceição Dutra, aluna de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos da UFBA, afirma que os sucos de uva integrais produzidos a partir das variedades avaliadas (BRS Carmem, BRS Magna, BRS Violeta e BRS Cora) podem ser caracterizados como bebidas funcionais com apreciável teor de fitoquímicos bioacessíveis, principalmente da classe dos flavanóis.

Os pesquisadores lembram que recentemente foram relatados efeitos benéficos dos polifenóis no sistema imunológico contra infecções por SARS-CoV-2, além de prevenir o risco de doenças cardíacas, diabetes mellitus tipo 2, diferentes tipos de câncer, obesidade, modulação da microbiota intestinal, Alzheimer, Parkinson e outras doenças neurodegenerativas.

A pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Aline Biasoto, esclarece que os compostos fenólicos devem ser bioacessíveis para que possam exercer sua atividade bioativa e benéfica ao organismo humano. A bioacessibilidade foi avaliada pelos cientistas por modelos de digestão gastrointestinal in vitro.

“Após simular a passagem do suco integral pelas etapas da boca, estômago e intestino, a aplicação de membranas de diálise pode simular a mobilidade desses compostos pela barreira intestinal. A composição química da matriz do suco de uva difere da dos vinhos devido aos altos teores de açúcares, perfil de ácidos orgânicos e ausência de etanol, e esses fatores podem influenciar a bioacessibilidade dos compostos fenólicos”, explica Aline Biasoto.

Marcos dos Santos Lima, professor do IFSertãoPE, destaca que o Vale do Submédio São Francisco é hoje uma importante região produtora de sucos que tem investido na elaboração de sucos de uva de alta qualidade produzidos com variedades híbridas adaptadas ao clima tropical semiárido, como as quatro testadas. Atualmente, estima-se que sejam envasados 35 milhões de litros de sucos, entre integrais e concentrados.

No suco da variedade BRS Violeta, destacaram-se os flavanóis (-)-epigalocatequina galato e (+)-catequina — Foto: Divulgação/Embrapa

As uvas foram colhidas em abril de 2021 e cedidas por empresas localizadas em Petrolina (PE) e Casa Nova (BA). As variedades BRS Magna e BRS Carmem vieram da empresa Queiroz Galvão Alimentos, Fazenda Timbaúba, as variedades BRS Violeta e BRS Cora da Asa Indústria e Comércio e a variedade Isabel Precoce da empresa Grand Valle Industrial. Foram analisados parâmetros clássicos de qualidade de sucos de uva, seguindo as metodologias descritas pela Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV).

Nos sucos BRS Cora, BRS Magna e BRS Carmem, o principal flavanol quantificado foi a procianidina B2. No suco da variedade BRS Violeta, destacaram-se os flavanóis (-)-epigalocatequina galato e (+)-catequina. Em todos os sucos, quercetina-3-β-D-glicosídeo, rutina e ácido siringico também foram bioacessíveis após a digestão, em porcentagens razoáveis.

O trans-resveratrol, composto com muitos efeitos benéficos relatados na literatura, esteve presente como bioacessível em todas as etapas do processo digestivo para os sucos das uvas BRS Cora e BRS Carmem, com bioacessibilidades de 85,99% e 35,30%, respectivamente. No entanto, a bioacessibilidade deste fitoquímico parece ser influenciada pela variedade, pois nos sucos das uvas BRS Violeta e BRS Magna, este composto não foi detectado como bioacessível.

A variedade BRS Carmem também apresentou a maior fração bioacessível da maioria dos compostos fenólicos identificados como bioacessíveis, incluindo rutina, ácido gálico, ácido siringico, (-)-epicatequina galato, miricetina e ácido caftárico. A maior quantidade de compostos bioacessíveis, associada à variedade BRS Carmem, apresentou correlação positiva no suco com maiores teores de frutose, glicose e sólidos solúveis totais, menor acidez titulável e teores dos ácidos orgânicos quantificados.

Globo Rural