Famílias que moram em áreas rurais do semiárido de Pernambuco terminam 2016 com uma boa notícia para 2017. A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) assegurou R$ 6,1 milhões para perfuração e instalação de 160 poços tubulares, sendo 150 em rochas cristalinas e dez em rochas sedimentares, os quais vão levar água para pelo menos 1,5 mil famílias que convivem com a estiagem prolongada.
Os contratos já estão assinados pelo superintendente da Codevasf em Pernambuco, Aurivalter Cordeiro, e as obras começam no início do ano em municípios da região de Petrolina, sertão pernambucano. Parte dos recursos é oriunda do Orçamento Geral da União destinada à Codevasf por emendas parlamentares; outra parte é do programa do Governo Federal que visa à universalização do acesso a água em comunidades rurais difusas.
“Além da perfuração e instalação dos poços, são implantados bebedouros para dessedentação animal e reservatórios que funcionam como chafariz, que é onde os sertanejos que vivem no entorno do poço vão coletar a água”, explica o gerente regional substituto de revitalização de bacias da Codevasf em Petrolina, Maxwell Lima, engenheiro civil.
A água coletada pelas famílias possui múltiplos usos: além da sobrevivência dos rebanhos, é empregada na rotina de higiene doméstica, na manutenção de pequenos cultivos – como os de hortaliças e olerícolas – e, exceto nos casos em que é salobra, serve também para o consumo humano.
Sedimentares e cristalinos
Os poços perfurados e instalados pela Codevasf no semiárido de Pernambuco são uma tecnologia de convivência com a seca que se divide em dois tipos: poços sedimentares e cristalinos.
Os sedimentares são perfurados nos locais que possuem manchas de sedimentos (arenito, calcário), escavados a profundidades que podem variar de 100 a 200 metros, e fornecem grandes volumes de água oriunda do lençol freático. A captação da água é feita por meio de motobombas de alta potência.
Os sedimentares são perfurados nos locais que possuem manchas de sedimentos (arenito, calcário), escavados a profundidades que podem variar de 100 a 200 metros, e fornecem grandes volumes de água oriunda do lençol freático. A captação da água é feita por meio de motobombas de alta potência.
O poço tubular em áreas cristalinas é perfurado e instalado em regiões de subsolo rochoso, entre 50 a 70 metros de profundidade, e a água é captada das fendas nas rochas, onde se acumula água. O volume é menor, e a captação é feita por catavento ou por bomba submersa.
A perfuração e instalação de poços oferece alívio para a população que vive e produz em áreas onde a falta de água é agravada pela seca prolongada. Desde 2012, cerca de 20 mil poços foram perfurados e instalados pela Codevasf em 49 municípios do semiárido pernambucano, um investimento federal de mais de R$ 34 milhões.
Blog Francisco Dormentes