No ano passado, foram notificados 263.598 casos de chikungunya no Brasil, até o dia 10 de dezembro, de acordo com o Ministério da Saúde. Houve 159 mortes por causa da doença, sendo 54 só em Pernambuco. O estado é o que registra o maior número de óbitos causados pelo vírus, seguido pela Paraíba (32), Rio Grande do Norte (25), Ceará (21), Rio de Janeiro (9), Alagoas (6), Bahia (4), Maranhão (5), Piauí (1), Sergipe (1) e Distrito Federal (1).
Os pacientes sofrem com o diagnóstico difícil e o longo tratamento da doença. Os hospitais recebem gente com sintomas todos os dias. Os principais são: febre alta e persistente, dor e inchaço nas articulações (mãos, punhos, joelho, pés e tornozelos) e manchas na pele (a partir do terceiro dia). Especialistas afirmam que 40% dos pacientes desenvolvem a forma crônica da doença, com sintomas que duram mais de três meses.
A representante comercial Patrícia Aquino nem imaginava que ia poder andar normalmente de novo. Depois de dez meses, deu o primeiro passeio com a família. “Eu não conseguia nem me levantar, nem andar sozinha. Tinha que ser realmente com ajuda”, lembra, afirmando que ainda não se sente curada. “Até hoje quando eu me levanto sinto muita dor nos pés e nas pernas. E, de vez em quando, ainda tenho dor nas articulações”.
O sofrimento da médica Rosane Ramalho é mais recente, tem 20 dias. Nos primeiros sintomas, ela procurou atendimento, mas geralmente todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti são tratados da mesma forma: repouso, hidratação e analgésico. Não adiantou e o jeito foi procurar um especialista. “Para conseguir caminhar e fazer minhas atividades diárias normais, porque até um banho eu tinha dificuldade de tomar”, conta.
“Essa é uma doença que pela intensidade da dor articular os pacientes têm que procurar atendimento para que seja feita a medicação adequada. E surgindo os sinais de alarme, deve procurar de imediato a unidade de saúde para receber atenção e realizar os exames necessários. Essa dor crônica é uma consequência da doença, mas com uma medicação específica, essa dor e essa inflamação da articulação são bloqueadas e a pessoa volta a ter sua vida normal”, afirma o médico Carlos Brito.
Muitos pacientes buscam na água um alivio para esses sintomas que se arrastam por meses. Eles dizem que a hidroterapia ajuda porque traz um conforto para as articulações castigadas pela chikungunya. A recepcionista Vanessa França conta que melhorou bastante quando começou os exercícios na piscina. “Dormia bem, acordava melhor. Não tomei mais remédio e fiquei só com a hidroterapia mesmo”.
“A água é aquecida a 33, 34 graus. Essa temperatura atua nas terminações nervosas. Aliviando os sinais de dor e também diminuindo os edemas”, explica o fisioterapeuta Rogério Antunes.