O ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, não perde a chance de mandar seu recado aos que os criticam pelo processo de privatização da Eletrobras e da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf). As alfinetadas, desta vez, aconteceram durante a visita do seu colega de governo, o ministro da Integração Nacional Helder Barbalho, a Petrolina, na manhã desta quinta-feira (30), para o anúncio de investimentos na ordem de R$ 100 milhões destinados ao Projeto de Irrigação do Pontal. A cerimônia aconteceu no Petrolina Palace, Avenida Cardoso de Sá.
Durante seu discurso, Fernando Filho voltou a defender a privatização como a melhor maneira de garantir um programa de eficiente de revitalização do Rio São Francisco. E rebateu os críticos.
“Não falta gente para atirar pedra, gente que nunca deu uma palavra em favor do Rio São Francisco, que nunca deu uma palavra em favor das empresas de energia. Agora, são os maiores defensores das empresas de energia e do rio, dizendo que está tudo bem e que tem de continuar como está. Vá ver como está rio, que não está tudo bem e não pode continuar como está. Este ano os perímetros de irrigação em Petrolina tiveram de fazer rodízio em dia de quarta-feira porque não tinha água”, avaliou o ministro.
Fernando Filho também foi direto em relação a indicações políticas que acontecem nessas estatais, sugerindo que os posicionamentos contrários à privatização decorrem desse fato. “O governo tem pouco dinheiro e muito problema. Não é papel do governo ter empresa de energia para deputado, senador, governador estar indicando (nomes). Isso é para governo estar cuidando de educação, de segurança, de saúde. É isso que a gente deveria estar debatendo”, disparou.
Consequências
Disposto a ‘ir para a briga’, o ministro – que atualmente está licenciado da Câmara dos Deputados – ratificou que votará a favor do projeto de lei elaborado pelo Executivo, propondo a privatização da Eletrobras, “mesmo apanhando o que tiver de apanhar”.
Ele lembrou ainda que, pelos próximos 30 anos, o Velho Chico receberá, independente de governantes, R$ 10 bilhões para a revitalização oriundos desse processo. (Texto Blog do Carlos Brito)