No Distrito de Vermelhos em Lagoa Grande (PE), membros da família Venceslau residentes na comunidade Gado Bravo, pretendem enviam no dia 1º de maio, uma grave denúncia, através de carta direcionada ao Papa Francisco no Vaticano.
No documento, a família alega que o senhor João Vencescau Sobrinho de 86 anos, trabalhador rural e católico tradicional, faleceu no último dia 24 de abril, porém durante o velório, familiares buscaram apoio da casa paroquial para realizar a missa de corpo presente.
“Após irmos por três vezes a referida sede dos padres, não encontramos ninguém para o atendimento. Em outra tentativa, a secretária dos padres informou que naquele período semanal o vigário não poderia comparecer a compromissos religiosos para comunidades do interior do município, por motivo de ter um trabalho extra, que exerce como professor de colégio particular na cidade de Ouricuri (PE), deixando por um período semanal de 04 dias de atender ao público”, contou um dos membros da família.
Os familiares então pediram a liberação do espaço interno da igreja para que uma pessoa eclesiástica e preparada realizasse a recomendação do corpo, mas a família teve uma surpresa.
“O cúmulo do absurdo em discriminação e rejeição religiosa, entre os familiares e autoridades como o prefeito, vereadores, secretários municipais, representantes dos governos estaduais de Pernambuco e Bahia, empresários e visitantes Internacionais. A igreja católica de Lagoa Grande nos proibiu de acessarmos os interiores da capela, justificando ter sido decidido pelo padre do município, em conjunto com a vigilância sanitária, argumentando possibilidades do corpo ter infestações de doenças contamináveis, o que não seria em momento algum, a causa da morte do Sr. João. Tivemos de esperar por aproximadamente 52 horas com o corpo em solo. Imaginem vocês como ficou a família em luto, os parentes, amigos, os visitantes e a população com o ato de tanta discriminação e preconceito”, diz o texto da carta.
Depois do episódio, a família solicita no documento que será encaminhado ao Papa Francisco, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e a Diocese de Petrolina, que sejam tomadas as devidas providências em caráter de urgência, no sentido de redirecionar a igreja local, capacitar à equipe eclesiástica, e punir a referida Igreja, com o intuito de serem indenizados nos termos das legislações e normativas de direito em conformidade com a Constituição Federal, Leis Internacionais da Religião Católica, e dentro das Exigências dos Direitos Humanos Internacionais pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Como indenização, a carta apresenta um abaixo assinado pedindo que a igreja local seja ainda punida para “administrar de forma coletiva”, projetos sociais, humanitários, religiosos, de cidadania e inclusão dos pobres e humildes da comunidade de agricultores familiares em Gado Bravo na zona rural de Lagoa Grande, incluindo um “Gerenciamento Técnico Especializado e Sem a Participação da Referida Igreja Local”. “Projetos já em Formulação Técnica, com Estudos de Viabilidade Técnica e Social”, complementa o texto.
Caso não ocorra interferência, explicações e punições, por parte da igreja católica sobre o fato, a família enviou uma relação das autoridades a serem informadas do episódio como: autoridades religiosas nacionais e internacionais; Ministério Público Estadual e Federal; Direitos Humanos Internacionais (ONU); sociedades comunitárias de Lagoa Grande em geral; representantes de empresas e mídias televisadas, falada, escrita, e pelas redes sociais na internet, a nível local, regional, nacional e internacional.
Confira abaixo, em anexo, o conteúdo completo da denúncia apresentada na carta de repúdio: