O comércio de diplomas de mérito para vereadores, prefeitos e secretários municipais será investigado pelo Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul após o Fantástico, da TV Globo, denunciar que políticos usam recursos públicos, por meio de diárias, para receber premiações. Para demonstrar a falta de critérios na concessão desse tipo de reconhecimento, a reportagem incluiu um jumento entre os “prefeitos nota 10 do Brasil”.
As empresas alegam realizar consulta telefônica ou analisar indicadores sociais municipais antes de selecionar os agraciados. Só que essas avaliações, muitas vezes, não ocorrem. Em seguida, políticos são procurados pelos institutos, que oferecem a condecoração em troca de valores. Alguns não aceitam participar.
Segundo a reportagem, a empresa União Brasileira de Divulgação (UBD), de Pernambuco, também usa o pretexto de organizar seminários para oferecer premiações a políticos. Para demonstrar a falta de critérios na concessão dos títulos de “gestor nota 10”, a equipe negociou a compra de diploma e medalha a um jumento, o Precioso, de Paulista (PE). O custo da honraria foi de R$ 1.480.
O repórter se fez passar por assessor de três prefeituras gaúchas. Inicialmente, adquiriu dois certificados para prefeitos reais, que autorizaram o uso de seus nomes para desvendar a farsa.
Na cerimônia de entrega da premiação em Brasília, verificou-se que o seminário se resumia à entrega das homenagens. A equipe do Fantástico conseguiu incluir o jumento Precioso na lista dos supostos cem melhores prefeitos do país ao negociar com o diretor da UBD, Fernando Vieira da Cunha. A compra da honraria foi feita por meio de troca de mensagens.
Precioso, então, foi convidado a receber a medalha de mérito e o diploma Gestor Nota 10 em outro encontro, desta vez em um hotel de Recife (PE). Ele teria sido aprovado em saúde, infraestrutura, educação, assistência social e transparência pública.
Por: BNews