Uma delegação com 50 produtores e consultores de uva do Vale do São Francisco esteve na semana passada nos Estados Unidos em busca de tecnologias e aquisição de novas variedades da fruta. A visita aconteceu nas fazendas e laboratórios da cidade de Bakersfield, na Califórnia, e tem capacidade para aumentar a competitividade da fruta brasileira nos mercados interno e externo.
Até a última quinta-feira (16), o grupo participou de palestras, dia de campo e reuniões com geneticistas norte-americanos. O objetivo dos brasileiros, segundo o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina (SPR), Jailson Lira, que integrou a comitiva, é trazer uvas com características agronômicas que atendam às demandas da viticultura do Vale. Ou seja, variedades mais resistentes a chuvas e pragas, com alta produtividade, excelente qualidade de sabor, aspectos externos agradáveis e duradouras no pós-colheita.
“A concorrência no mercado internacional é cada vez maior, e isso nos leva a buscar o que existe de mais apreciado em termos de novas variedades para melhorar a produção na região e conseguirmos ampliar as exportações”, comenta Jailson Lira, que também é produtor de uva em Petrolina.
Este é o terceiro ano consecutivo de viagens de produtores do Vale aos EUA. Segundo o empresário Aurélio Cavalcante, que apoiou a iniciativa patrocinando a participação de parte dos produtores e consultores da missão, o grupo visitou os Estados Unidos num momento em que países produtores de uva como o Peru e Grécia aumentaram significativamente suas vendas para os mercados americano, europeu e asiático. “Estes países atuam na mesma janela de exportação do Vale. Mas um motivo para que o Brasil diminua a burocracia e invista mais em pesquisas e novas tecnologias”, pontuou.
Para o consultor de uva, Newton Matsumoto, a viagem também representou um grande aprendizado tendo em vista as constantes mudanças do segmento no mundo inteiro. “Voltamos dessa viagem mais atualizados sobre informações acerca das variedades que estão sendo mais procuradas pelos grandes mercados. Aprendemos mais sobre tecnologias e metodologias de produção e para que continuemos gerando mais empregos e renda temos que ganhar muito mais competitividade”, concluiu.