247 – O escândalo envolvendo as candidaturas laranjas do PSL, que resultou na queda do ministro Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência, agora se aproxima do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. Os recursos do fundo público eleitoral teriam sido utilizados para contratar a empresa de uma ex-assessora e para beneficiar parentes de uma outra funcionária do parlamentar. Flávio Bolsonaro já vem sendo investigado devido a movimentações atípicas feitas pelo ex-assessor Fabricio Queiroz e que foram identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, os recursos do fundo eleitoral, repassados pelo diretório nacional do PSL, foram usados na contratação da empresa Ale Soluções e Eventos, pertencente a contadora Alessandra Ferreira de Oliveira. Ela é a primeira-tesoureira do partido no Rio de Janeiro, que tem Flávio Bolsonaro como presidente estadual.
A Ale recebeu R$ 55,3 mil por meio de pagamentos feitos por 42 candidatos da legenda no Estado. Desse total, R$ 26 mil foram originários de 33 candidatas eu só receberam verbas por meio de repasses efetuados pelo diretório nacional do PSL. Do total de candidatas, 26 tiveram menos de 2 mil votos. Ainda segundo a reportagem, mais da metade dos R$ 2.857,14 enviados a essas candidatas acabaram repassados, em valores iguais de R$ 750,00 para a Ale e para um escritório de advocacia.
Parte da verba restante acabou beneficiando um irmão e um sobrinho de Valdenice, tesoureira do PSL no Rio. Seu irmão, Paulo Eduardo Rodrigues de Oliveira, recebeu R$ 1.350.00, enquanto Renan Meliga dos Santos, sobrinho do esposo da tesoureira, foi contratado por R$ 7.500 para atuar na locação de veículos.
Por meio de nota, o senador Flávio Bolsonaro disse que as candidatas puderam escolher livremente os profissionais responsáveis pela prestação de contas da campanha e que os preços praticados foram simbólicos.
“Ouvidas a maioria delas [ex-candidatas], restará evidenciada a verdade, ou seja, de que tudo se deu de modo transparente e em respeito às normas legais e éticas”, diz o senador em nota.