A Estação Primeira de Mangueira conseguiu levar seu 20º título no desfile desse ano. A escola é a segunda maior vencedora de títulos, ficando atrás apenas da Portela, que tem 22.
Desfilando na madrugada da última segunda (4), a Verde e Rosa trouxe o enredo “História pra ninar gente grande” para a pista da Marquês de São Vicente, onde explorou as “páginas ausentes” da história do Brasil e discutiu as narrativas oficias que foram passadas de geração a geração ao longo dos anos para os brasileiros.
Foi dado bastante destaque aos heróis da resistência negra e índios, contrapondo os personagens tradicionais dos livros escolares. Bandeiras com o rosto de Marielle Franco, vereadora do PSOL morta a tiros em março do ano passado, circulavam entre os 3500 integrantes da escola.
Evelyn Bastos foi a rainha de bateria da Mangueira e representou na passarela a força de Esperança Garcia, negra escravizada, considerada a primeira mulher advogada do Piauí.
Alguns momentos do desfile ganharam repercussão. Um dos carros foi empurrado apenas por mulheres da escola. A arquiteta Mônica Benício, viúva de Marielle, estava presente no última ala da escola. Uma releitura do Monumento às Bandeiras, obra manchada de sangue representando a grande violência dos bandeirantes na época da exploração do País, e a ala dos passistas e a bateria representando a fuga e as rebeliões dos escravos também foram grandes destaques.
Quem também ficou entre as grandes vencedoras deste ano foi a Unidos do Viradouro, em segundo lugar. O terceiro e quarto foram formados, respectivamente, pela Unidos de Vila Isabel e Portela. Imperatriz Leopoldinense e Império Serrano são as duas escolas rebaixadas para o Grupo de Acesso.
(mdemulher)