PF prende 4 suspeitos em operação para encontrar hacker que invadiu Telegram de Moro

O ministro da Justiça, Sergio Moro Foto: Mauro Pimentel / AFP

BRASÍLIA – A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira quatro pessoas acusadas de crimes cibernéticos. Há suspeita de que os detidos tenham atuado na invasão da conta do ministro da Justiça, SergioMoro, no aplicativo Telegram. Os presos — três homens e uma mulher — serão transferidos para Brasília, conforme adiantou a coluna da jornalista Bela Megale.

Na chamada Operação Spoofing, foram cumpridas onze ordens judiciais, sendo sete mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária nas cidades de São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto. Os acusados já estão sendo interrogados em Brasília.

As prisões ocorreram durante o curso das investigações sobre o ataque aos dados de Moro. A partir de agora, a PF tentará descobrir se os presos têm alguma relação com o vazamento de conversas com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba. A busca por provas nesta terça-feira mirava as invasões em contas de aplicativo de outras quatro autoridades federais. O inquérito está sendo conduzido pela Diretoria de Inteligência.

Duas turmas de agentes e delegados se dedicam ao caso, em quatro cidades. A Procuradoria-Geral da República também abriu um procedimento para acompanhar o trabalho da polícia. A apuração desse tipo de crime é tida como complexa, e o prazo para conclusão das investigações será longo, prevê a cúpula da PF.

De acordo com a PF, o nome “Spoofing” faz referência a “um tipo de falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é”.

 Em junho, reportagem do GLOBO mostrou que a PF e o Ministério Público Federal (MPF) tinham indícios de que o ataque hacker que expôsmensagens privadas de Moro e de procuradores  foi muito bem planejado e teve alcance bem mais amplo do que se sabia até aquele momento. Entre os alvos dos criminosos, estiveram integrantes das forças-tarefas da Operação Lava-Jato de ao menos três estados (Rio, Paraná e Distrito Federal), delegados federais de São Paulo, magistrados do Rio e de Curitiba.
Depois do início da investigação, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, também afirmaram que suas contas no Telegram acessadas.
(O Globo)

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