O motorista, Almir Rogério Alencar, precisou levar a esposa de resguardo para um local mais seguro que a própria casa. “A gente espera que o serviço da prefeitura venha resolver a situação da gente aqui. Está um cheiro de mofo, as coisas molhadas, porque ela está cirurgiada e o bebê recém-nascido não tem condições dela voltar hoje”, lamenta.
Alguns moradores estão construindo barreiras nas portas das casas para evitar que a água invada mais uma vez. O proprietário de um comércio de ração improvisou uma barreira feita de tijolos após perder parte da mercadoria. “Vamos ficar monitorando, se aumentar, vamos fazer outra por cima. A esperança é reconstruir, comprar de novo e vender de novo”.
A dona de casa, Ivonete Barbosa, mora na rua Leste há 19 anos, ela conta que está abalada por ter visto a água invadir a casa que havia sido reformada a pouco tempo. “Nunca aconteceu isso. Por irresponsabilidade de pessoas que não tem respeito com a sociedade, que tampam a saída da água. Perdi tudo dentro da minha casa, documentação, cama box, sofá. Um descaso com a população”.
Segundo o secretário de infraestrutura, Ademar Nonato, o aterro na rua Leste só justifica em parte o alagamento. Ele conta que a quantidade de chuva que caiu no município causaria transtornos de qualquer maneira. “Não é só a questão do aterro, ele implica e também não está certo. Tem prejuízo para as pessoas, mas, estamos avaliando isso socialmente de como a prefeitura pode contribuir”.
Ademar informou que os trabalhos para abrir o aterro feito de maneira indevida vai começar na tarde desta quinta-feira (23).
No centro da cidade, um restaurante que precisou ser fechado por conta da lama, nesta quinta-feira (23) voltou a funcionar normalmente. “Hoje tem comida no restaurante. Vai funcionar normal se Deus quiser”, afirma a comerciante, Maria de Lourdes.