O presidente Jair Bolsonaro não quis esperar sequer a volta do ministro Onyx Lorenzoni das férias para demitir o secretário-executivo da Casa Civil, Vicenti Santini, que requisitou um avião da FAB para levá-lo, com duas assessoras, a Davos, na Suíça e de lá para a Índia, onde passou a integrar a comitiva presidencial.
O presidente ficou irritado com o que chamou de “voo particular” do ministro em exercício. Para o presidente, embora o uso do avião por ministros de Estado seja legal, o voo foi “imoral” e não houve discernimento do assessor ao requisitar o avião oficial num momento em que há restrição de recursos.
“Um voo desses pela FAB custa, no mínimo, perto de R$ 1 milhão”, espantou-se um auxiliar do presidente.
A demissão foi comunicada pelo presidente a Lorenzoni por telefone, uma vez que o ministro está de férias nos Estados Unidos. O presidente quer, ainda, segundo assessores, discutir novas regras para o uso de aeronaves oficiais por funcionários do governo.
Hoje, a norma abre prerrogativa ao ministro de Estado para requisitar avião da FAB quando julgar necessário. Também têm direito ao avião oficial os presidentes dos outros Poderes – Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal.
Com essa demissão, o presidente Bolsonaro marca seu estilo: o de ser rápido para demitir assessores ou altos funcionários do governo quando não concorda com o comportamento deles.
Foi assim com Roberto Alvim, secretário de Cultura, demitido no mesmo dia em que veio a público o vídeo em que faz discurso semelhante ao do líder da propaganda nazista, Joseph Goebells; e, agora, com a demissão de Vicente Santini que, embora não tenha cometido ato ilegal, irritou o presidente ao usar um avião Legacy da FAB para ir à Suíça e Índia, enquanto outros ministros recorreram a voos comerciais.