Pernambuco perde Paulo Gustavo Cunha ex-vice-governador que ajudou a iniciar Suape

1_2a310708352-8158544
Faleceu na tarde desta quinta-feira (28), no Recife, o ex-vice-governador Paulo Gustavo de Araújo Cunha. Nascido na Paraíba, ele era formado em arquitetura na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e foi companheiro de chapa no governador José Francisco de Moura Cavalcanti.
Paulo Gustavo começou sua vida no governo como secretário de Indústria e Comércio, nos governos de Nilo Coelho (1968-71) e prosseguiu no governo Eraldo Gueiros (1971-73), sendo escolhido vice-governador quando Moura Cavalcanti (foi nomeado entre 1975 e 1979).
Ele também exerceu várias atividades no setor privado, como diretor executivo das principais empresas industriais e de comércio do Estado, entre elas o Grupo Bompreço.
O presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça, lamentou a morte do ex-governador e executivo. “Paulo Gustavo participou da nossa equipe e tenho muito orgulho disso. Profissional competente, determinado e de excelente caráter. Foi nosso diretor de expansão, área de fundamental importância para o varejo de supermercado. Com o passar dos anos, tornou-se meu amigo. Deixou grandes contribuições por onde passou. Sinto muito pelo seu falecimento”, disse.
Reconhecidamente um técnico bem informado e erudito, Gustavo esteve sempre ligado aos empresários que fizeram parte da Federação das Indústrias de Pernambuco e no magistério, na UFPE e na Universidade de Pernambuco (UPE).
Era um escritor voraz e tem uma bibliografia que acumula mais de 200 obras publicadas, entre artigos sobre as economias estadual, nacional e mundial. Também publicou trabalhos técnicos relacionado ao Seminário de Topricologia, sob a coordenação do sociólogo Gilberto Freyre, na Fundaj.
É autor dos livros vários livros, entre eles Do Sonho à Realidade, com colaboração de Vinicius Lucena (2006); Século XXI – Homem ou Máquina? (2008); Do Gênio Biológico ao Ser Biônico (2010); Pernambuco – Passado, Presente e Futuro (2011) e Diálogo com o Futuro (2012).
Gustavo recebeu reconhecimento estadual e federal, com destaque ao Título de Cidadão de Pernambuco, outorgado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco
Também recebeu a comenda da Ordem do Mérito Empresarial Conde da Boa Vista, do governo de Pernambuco; Mérito Industrial, da Federação de Indústrias de Pernambuco; Mérito do Exército, Grau de Cavaleiro; Mérito da Aeronáutica – Medalha Santos Dumont, e Mérito da Cidade de Recife. Depois de sua atividade como vice-governador Paulo Gustavo Cunha não trabalhou mais no setor público.
Na verdade, sua saída da vida como participante do setor público se deu após um grave desentendimento com o então governador Moura Cavalcanti, que desejava sair candidato a senador depois de seu governo.
Moura Cavalcanti foi governador por escolha do Governo Militar e não conseguiu a garantia de que Paulo Gustavo faria apenas o complemento do mandato. Os dois brigaram e Moura Cavalcanti decidiu ficar até o último dia de seu governo sem dar oportunidade a que Cunha assumisse o cargo. Os dois nunca mais reataram a amizade.
Moura escolhera Paulo Gustavo pela sua performance como secretário de Indústria e Comercio nos governos de Eraldo Gueiros quando ajudou a estruturar o complexo portuário de Suape e a seguir quando participou das negociações de projetos estruturadores.
Ele sem empenhou especialmente nas negociações de uma laminadora de aços planos e uma extrusora de alumínio que acabou não acontecendo. Mas sempre defendeu o conceito de Suape com um hub industrial do Nordeste.
Fora do governo, ele era reconhecido pela sua cultura sobre economia. Paulo Gustavo atuou em vários grupos como executivo e consultor e liderou vários estudos sobre a economia de Pernambuco e sua inserção no mercado global. Era um entusiasta do setor industrial
Era um escritor intenso de temas econômicos em 2015 ele escreveu China -De Confúcio à modernidade onde dizia que ara entender a China de ontem e de hoje, é preciso compreender os ensinamentos morais, éticos, fidelidade familiar e honesta postura dos governantes!
E advertiu que quando olhamos a China com olhos ocidentais, com nossos valores erramos E que para compreendê-la torna-se fundamental entender os ensinamentos de seu maior filósofo- Confúcio.
O livro aborda a reforma de Deng Xiaoping, socialismo de mercado e modernidade. Seus principais desafios, 56 etnias, desequilíbrio entre o setor rural e a zona litorânea industrializada.
Nos últimos anos estava trabalhando com o tema inteligência artificial. Numa entrevista ao Blog do Escritor ele disse nos últimos cinco anos trabalhei com ênfase a acompanhar através de institutos de pesquisa, como MIT e Universidades de Harvard, os grandes avanços tecnológicos com destaque à busca da inteligência artificial, que pouco a pouco transforma o homem biológico em um ser biônico. E como será o mundo em 2050! Os dois últimos livros discorrem sobre o tradicional conflito entre a Religião e a Ciência, sobretudo na idade média, e a história da China e a influência de seu maior filósofo – Confúcio, disse Paulo Gustavo Cunha.
Com informações de Fernando Castilho/JC.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *