Detentas denunciam administração e agentes penitenciários da cadeia pública de Petrolina por abuso de autoridade e atrocidades contra elas

cadeia

Detentas da cadeia pública feminina de Petrolina (PE) enviaram carta aberta pedindo socorro alegando sofrerem maus tratos e fazem grave denúncia à administração e contra agentes penitenciários por  abuso de autoridade e outras atrocidades cometidas contra elas.

Confira na íntegra:

Venho por meio desta gritar por socorro em nome de todas as detentas da comarca feminina de Petrolina. Nós, além de estarmos sem visita por causa da pandemia que está acontecendo no mundo, estamos sofrendo maus tratos, opressão, inclusive passando fome. A gestora da unidade PAULA FREIRE já vem de uma longa data obrigando todas a comer comida estragada como se fossemos porcos, se faz um macarrão é sobra, com dois, três dias somos obrigadas a comer mesmo que estragado. A última dela foi, fazer uma sopa com os restos de uma feijoada que inclusive já estava estragada. Como todas nós nos recusamos a comer, pois autoridades, aquilo não era sopa e sim uma lavagem para porcos.

Ela simplesmente surtou e colocou a detenta JACILDA DE SOUZA no isolamento, pois ela foi uma das que se recusou a comer. Sem direito a se defender, foi levada a sala da gestora, quando a detenta tentou falar, foi agredida com dois tapas na cara na frente da mesma pelos agentes APARECIDA e MAICON, tendo que ouvir que a cadeia era dela, que íamos ter que comer o que ela mandasse.  A agente APARECIDA abusando da sua autoridade, usando opressão ameaçou de agredir a detenta RAPHAELA FREIRE na frente da gestora e de todas as detentas.

Gritamos por socorro a quem puder nos ouvir, delegados, promotores, juízes, desembargadores, direitos humanos ou até mesmo o próprio coronel Clinton, que há anos já não visita essa comarca, ao juiz da vara de execução, que também tem mais de um ano que veio até a comarca, estamos a mercê de monstros. A detenta JACILDA SOUZA foi jogada em um lugar desumano, que mais parece um calabouço, onde a diretora guarda nossos mantimentos e ao mesmo tempo usa como criatório de gatos, o ambiente é cheio de fezes e urina de gatos.

Clamamos por socorro, já não suportamos mais sermos maltratadas e agredidas por alguns agentes, já não aguentamos mais passar fome, já não aguentamos mais tanta desumanidade. Sei que erramos e estamos aqui para pagar por nossos erros, mas temos consciência que somos obrigação do estado, mais que estado é esse? Que nos deixa a mercê de seres que eram para nos proteger e ao invés disso só humilham, nos agridem fisicamente e psicologicamente. Vivemos encurraladas sem termos o direito de reclamar de nada, pois quando isso acontece somos agredidas ou isoladas quando não acontece os dois.

Quem puder faça essa denúncia chegar a alguma autoridade “HUMANA” que nos enxergue como gente e não como porcos. Já não suportamos mais, estou acabando de escrever essa carta e não sei como será e como ficaremos aqui, pois sei que a perseguição será muito pior. Saibam que essa não é a primeira denúncia, já teve outras, porém a diretora PAULA FREIRE, dar seu jeitinho para que tudo fique encoberto. Sem falar na corrupção que é gritante nesta comarca, desviam o dinheiro que vem para nossa alimentação e querem nos obrigar a comer lavagem. Saibam autoridades, essa não é a voz de uma detenta, mas sim de todas, ouçam nosso grito de socorro.

Ass: Todas as detentas da comarca de Petrolina. (Foto: Ivo da Hora).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *