O reverendo Milton Ribeiro tomou posse, nesta quinta-feira (16), como ministro da Educação com um discurso em defesa do diálogo e do estado laico.
A solenidade de posse foi no Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro participou da cerimônia de longe, do Palácio da Alvorada, onde se recupera da Covid-19.
Milton Ribeiro tem graduação em Teologia e Direito. É mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo.
Entre os desafios mais imediatos do novo ministro estão o suporte ao ensino à distância durante a pandemia e a coordenação da volta das aulas presenciais em escolas e universidades. Terá também a discussão no Congresso do Fundeb, o Fundo de Desenvolvimento e Manutenção do Ensino Básico. O Fundeb é uma das principais fontes de dinheiro para o ensino básico e se extingue no fim de 2020, se não for renovado.
Reverendo da Igreja Presbiteriana, Milton Ribeiro chegou ao cargo com o apoio do grupo evangélico mais ideológico ligado ao governo.
“Tenho a formação religiosa. Meu compromisso, que assumo hoje ao tomar posse, está bem firmado e bem localizado em valores constitucionais da laicidade do estado e do ensino público”, disse o novo ministro da Educação.
Milton Ribeiro enfatizou que fez todo o ensino fundamental e médio em escola pública e que vai defender o resgate do respeito ao professor na sala de aula. Sem citar nomes, culpou as políticas educacionais adotadas no passado pelos resultados ruins que o país colhe hoje. Mas afirmou que está aberto ao diálogo.
“Queremos abrir um grande diálogo para ouvir os acadêmicos e educadores, que como eu estão entristecidos com o que vem acontecendo com a educação em nosso país, haja visto os nossos referenciais e colocações no ranking do Pisa”, disse.
O presidente também disse que espera ver o entendimento entre Milton Ribeiro e os vários setores da Educação. “Com toda a certeza, a chegada de um ministro voltado para o diálogo, usando a sua experiência e querendo o melhor para as crianças, esse entendimento se fará presente”, disse Bolsonaro.
A falta de diálogo marcou a passagem de dois ministros da Educação do governo Bolsonaro. Ricardo Vélez Rodriguez ficou três meses no cargo e Abraham Weintraub, um ano e dois meses. Os dois provocaram muitas polêmicas e deixaram o ministério sob críticas de setores educacionais.
Carlos Alberto Decotelli não chegou a assumir o cargo por causa de inconsistências descobertas no currículo.
G1