A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou hoje o primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil, após o resultado do exame de contraprova, realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, dar positivo.
O caso identificado é de um homem de 41 anos, residente da cidade de São Paulo, com histórico de viagem para Portugal e Espanha, e que está internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
Em nota, a pasta afirmou que todos os contatos do paciente têm sido monitorados pelas equipes de vigilância.
O Centro de Vigilância Epidemiológico estadual e a prefeitura de São Paulo informaram que também investigam desde a semana passada o possível caso de infecção da doença por uma mulher de 26 anos, também moradora da capital.
Como ocorre a contaminação
A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo/íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. Esse contato pode ser exemplo pelo abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias próximos e por tempo prolongado.
“A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo doente. Não há tratamento específico, mas de forma geral os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões”, informou o governo de São Paulo em nota.
Prevenção
- Evitar contato próximo/íntimo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado;
- Evitar o contato com qualquer material, como roupas de cama, que tenha sido utilizado pela pessoa doente;
- Higienização das mãos, lavando-as com água e sabão e/ou uso de álcool gel.
Conheça os sintomas
Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início desses sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele que podem estar localizadas em mãos, boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais. Leia mais nesta reportagem do UOL.
Varíola dos macacos pode matar?
Pode, mas o risco é baixo. Existem dois grupos distintos do vírus da varíola de macacos circulando no mundo, agrupados com base em suas características genéticas: um predominantemente em países da África Central —com taxa de fatalidade de cerca de 10%—, e outro circulando na África Ocidental, com taxa bem menor, de 1%.
A vigilância genômica ainda incipiente mostra que o vírus em circulação fora do continente africano é o menos letal.
Complicações podem ocorrer, principalmente infecções bacterianas secundárias da pele ou dos pulmões, que podem evoluir para sepse e morte ou disseminação do vírus para o sistema nervoso central, gerando um quadro de inflamação cerebral grave chamado encefalite, que pode ter sequelas sérias ou levar ao óbito.
Além disso, como toda doença viral aguda, a depender do estado imunológico do paciente e das condições e acesso à assistência médica adequada, alguns casos podem levar à morte.
A vacina da varíola humana protege contra a varíola dos macacos?
Sim, estudos apontam que a vacinação prévia contra varíola pode ser eficaz contra a varíola de macacos em até 85% —isso ocorre porque ambos os vírus pertencem à mesma família e, portanto, existe um grau de proteção cruzada devido à homologia genética entre eles. Entretanto, como a varíola humana foi erradicada há mais de 40 anos, atualmente não há vacinas disponíveis para o público em geral.
Uol