Um major do Corpo de Bombeiros foi sequestrado e morto no Rio de Janeiro. A polícia investiga se o oficial foi executado após fotografar ações do tráfico de drogas na região em que morava.
Colegas de farda foram ao Instituto Médico Legal para ajudar a família da vítima. Muito abalada, a esposa não quis gravar entrevista.
Foram os próprios parentes que, com base no sinal do rastreador do carro do bombeiro, descobriram onde o corpo estava — em uma comunidade dominada pelo tráfico de drogas na Pavuna, zona norte do Rio. A polícia foi chamada e, quando chegou ao local, encontrou o veículo do militar.
Dentro, estava o corpo parcialmente carbonizado de Wagner Bonin, de 42 anos, identificado pelas digitais. Ele havia sido visto pela última vez na tarde de 4ª feira (16.nov).
A principal linha de investigação é que o major tenha sido sequestrado e executado por bandidos após denunciar o avanço do tráfico de drogas no bairro onde morava.
Segundo a polícia, Wagner fotografou barricadas erguidas pelos criminosos perto da casa dele, em São João de Meriti, município da Baixada Fluminense – vizinho ao local onde o corpo dele foi deixado.
Nesta 5ª feira (17.nov), as polícias civil e militar foram até a comunidade para removerem os obstáculos, frequentemente usados por traficantes para dificultar a movimentação dos agentes. Helicópteros deram apoio à operação.
Wagner integrava o Grupamento de Operações Aéreas, a elite do Corpo de Bombeiros. Enfermeiro, foi condecorado após participar do resgate às vítimas da tragédia em Brumadinho, Minas Gerais, em 2019. Ele deixa um filho de dois anos.
“Era um militar exemplar, a corporação lamenta profundamente. A gente confia muito no trabalho da Polícia Civil e a gente espera, o quanto antes, que esse crime seja resolvido, que os culpados sejam presos”, afirma Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros.