Quadrilha que torturava e enterrava vítimas em Ipojuca (PE) tem ligação com morte de MC Boco e queria lançar candidato a vereador, diz polícia

A quadrilha de tráfico de drogas que torturava e enterrava pessoas em áreas de mangue em Ipojuca, no Grande Recife, tem ligação com dois crimes de repercussão: as mortes de MC Boco, em 2021, e Heloysa Gabrielle, a menina de 6 anos vítima de bala perdida numa ação policial em 2022.

Além disso, de acordo com a Polícia Civil, o grupo planejava lançar a candidatura a vereador de um funcionário da prefeitura que lavava dinheiro para o grupo. Essas informações foram divulgadas pela corporação, que prendeu, nesta quarta (28), 24 pessoas suspeitas de participar da organização criminosa.

Um dos pioneiros do brega funk, MC Boco foi morto a tiros aos 34 anos, durante um show em Serrambi, em Ipojuca, no dia 26 de dezembro de 2021. De acordo com a polícia, a organização criminosa desconfiava que ele tinha relação com uma facção rival, e, por esse motivo, planejou o assassinato. A suposta ligação de Boco com outra quadrilha não foi confirmada.

Já a menina Heloysa Gabrielle brincava no terraço da casa da avó quando foi atingida por um tiro durante uma ação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no dia 30 de março de 2022, na comunidade de Salinas, em Porto de Galinhas. O inquérito concluiu que a bala partiu de um policial militar.

Ainda de acordo com a polícia, o grupo recebia apoio de uma quadrilha do Rio de Janeiro para praticar os crimes em Pernambuco.

Além disso, segundo as investigações, a quadrilha planejava financiar a candidatura de um servidor da prefeitura de Ipojuca a vereador para lavar o dinheiro que obtinha com o tráfico de drogas. O plano também incluía a abertura de uma organização não governamental por esse funcionário público.

Uma operação realizada nesta quarta (28) prendeu 24 integrantes de uma quadrilha envolvida com tráfico de drogas, torturas, homicídios e lavagem de dinheiro no Grande Recife, em Natal e em Aracaju.

Segundo a Polícia Civil, as vítimas eram torturadas antes de serem enterradas em áreas de mangue em Porto de Galinhas, em Ipojuca, e Nossa Senhora do Ó, em Paulista.

A operação recebeu o nome de Manguezal Vermelho, denominação de uma planta, em alusão à existência dos cemitérios clandestinos, onde os crimes eram praticados, segundo a polícia.

Blog do Edenevaldo Alves

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