Policiais que investigam a fuga dos detentos da Penitenciária Federal em Mossoró (RN) prenderam nesta sexta-feira (23) o irmão de um dos dois foragidos. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), ele foi detido em Rio Branco (AC) por integrantes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) no estado.
O detido, que não teve a identidade revelada, já foi condenado por roubo e participação em organização criminosa e tinha um mandado de prisão em aberto, segundo a pasta. Na quinta (22), a Polícia Federal (PF) prendeu três suspeitos de ajudar os dois fugitivos e cumpriu a nove mandados judiciais de busca e apreensão em três cidades: Mossoró (RN), Quixeré (CE) e Aquiraz (CE).
A fuga foi a primeira de um presídio federal de segurança máxima na história. Ela causou a primeira grande crise no Ministério da Justiça desde que Ricardo Lewandowski, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), assumiu o posto no dia 1º. Ele sucedeu Flávio Dino, que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao STF e assumiu ontem a cadeira da ex-ministra Rosa Weber.
A Ficco é um grupo de trabalho permanente, composto por representantes das polícias Federal (PF), Rodoviária Federal (PRF) e Penal, além das polícias Militar e Civil de cada estado. Entre as atribuições do grupo está o compartilhamento de informações e a realização de operações conjuntas de enfrentamento às organizações criminosas.
Em nota, o ministério afirmou que policiais chegaram até o homem preso hoje pela manhã no Acre, enquanto investigavam a fuga de seu irmão do presídio de segurança máxima no Rio Grande do Norte. Ele estava em sua residência e não ofereceu resistência.
Os dois fugitivos da penitenciária federal, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, são naturais do Acre. Investigações preliminares indicam que os dois usaram ferramentas, que encontraram largadas dentro do presídio, para abrir o buraco por onde fugiram de suas celas individuais, na Quarta-feira de Cinzas (14).
A unidade estava passando por uma reforma interna e os equipamentos não foram guardados adequadamente, facilitando o acesso dos detentos. Um processo administrativo e um inquérito da Polícia Federal (PF) foram instaurados para apurar as circunstâncias e responsabilidades pela fuga.
Reforço nas buscas
Os cerca de 500 policiais federais, rodoviários federais e militares do Rio Grande do Norte e do Ceará, que estão empenhados nas buscas, ganharam hoje o reforço de 111 agentes da Força Nacional de Segurança Pública. Os primeiros 58 agentes da tropa federativa chegaram a Mossoró na madrugada. Os outros 53 agentes devem chegar ainda hoje.
Após a fuga inédita, Lewandowski, anunciou na semana passada a construção de muralhas em todas as cinco unidades federais de segurança máxima, além da instalação de câmeras com reconhecimento facial e a ampliação dos sistemas de alarmes.
O ministro classificou a fuga como “resultado de uma série de eventos fortuitos” e disse estar trabalhando “para que esta situação não se repita”. Logo após o incidente, ele determinou o afastamento imediato da direção da unidade e uma revisão nos protocolos de segurança das cinco penitenciárias federais, além da abertura de um inquérito e uma sindicância e a inclusão dos nomes dos fugitivos na lista da Interpol.
(Com Agência Brasil)