A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) realizam, nesta terça-feira (10), a Operação Mãos Fechadas, que investiga licitações e contratos fraudulentos na Prefeitura de Ipubi, cidade do Sertão de Pernambuco. A investigação destaca pagamentos milionários feitos pela gestão com dinheiro federal; entre 2017 e 2023, há registro de um pagamento de R$ 12 milhões que está vinculado a transações ilegais. Assim, a suspeita é de que os recursos desviados marquem um valor ainda maior.
Ao todo, a operação cumpre 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de Ipubi e Bodocó. A Prefeitura de Bodocó se manifestou por meio da assessoria e esclareceu que as buscas na cidade envolvem apenas civis, não tendo vínculo com a prefeitura.
Dentre os alvos dos mandados, está também o endereço do prefeito de Ipubi, Chico Siqueira (PSB). Uma das suspeitas é de que os contratos da cidade eram feitos junto a empresas que possuem vínculo com a família Siqueira. De acordo com o secretário de Governo, José Silvino de Souza Sobrinho, a administração municipal não vai se posicionar sobre o assunto.
Até o momento, não há prisões no âmbito da ação policial.
A denúncia
A PF e a CGU iniciaram a investigação a partir de uma denúncia de que havia “direcionamento das contratações” da prefeitura para fornecedores próximos à família do prefeito. Além das fraudes em licitações, a polícia também aponta que houve superfaturamento nos valores dos serviços contratados. Outros contratos apontaram, ainda, indícios de lavagem de dinheiro.
O grupo atuou entre 2017 e 2024. Com os desvios, políticas públicas de assistência social, educação e saúde em Ipubi tiveram seus recursos reduzidos. Para identificar todos os associados aos crimes, a PF também efetua quebras de sigilos bancário e fiscal nesta terça-feira. Com a exceção do prefeito Chico Siqueira, nenhum outro suspeito foi identificado.