Servidores do IPA denunciam discriminação a deficientes físicos e idosos; pesquisador levava urinol por não conseguir usar banheiro com cadeira de rodas

Advogados denunciam que servidor não conseguia acessar o banheiro e precisava levar um urinol para o trabalho — Foto: Arquivo pessoal

Servidores de carreira do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) denunciaram ao Ministério Público do Estado (MPPE) situações de discriminação, perseguição e capacitismo que têm impedido com que sigam desenvolvendo suas funções técnicas na instituição. Entre as situações denunciadas, estão falta de acessibilidade para funcionários que são cadeirantes ou estão utilizando cadeira de rodas por motivo de acidente de trabalho, discriminação a pessoa com baixa visão e situações que envolvem etarismo (preconceito com base na idade da pessoa).

O Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Agricultura e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco (Sintape) disse ao g1 que está acompanhando a situação dos trabalhadores do IPA e também outras denúncias envolvendo a instituição. O IPA nega que haja qualquer tipo de discriminação ou perseguição e diz que todas as decisões foram tomadas com base em questões técnicas e de gestão.

O documento, protocolado no MPPE pelos advogados Raquel de Melo e Eduardo Araújo, que representam quatro funcionários, trata da situação que envolve engenheiros agrônomos da Estação Experimental de Itapirema, no município de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco.

g1 apurou que outros três engenheiros agrônomos da mesma estação experimental também estão passando por situações semelhantes e também foram transferidos da unidade de pesquisa para o Recife, com prejuízo de suas pesquisas desenvolvidas em Itapirema.

Segundo a advogada Raquel de Melo, a situação teve início em 2023, quando a nova gestão assumiu a presidência do IPA e a direção da unidade de Itapirema, e alcançou o ápice no segundo semestre do ano passado, depois que o ônibus que fazia o transporte dos servidores (técnicos e engenheiros) para a estação experimental quebrou, e vem se agravando desde então.

“O ônibus quebrou em setembro e os servidores passaram a ir ao trabalho com recursos próprios. A partir deste momento, pesquisadores que têm deficiências físicas ou estavam passando por situações que implicavam dificuldade de locomoção por um tratamento específico passaram a ser impedidos de executarem suas atividades”, explicou a advogada, referindo-se a pesquisadores com mais de 70 anos de idade e que pediram para não terem os nomes divulgados, por medo da exposição.

Nos relatos encaminhados no documento protocolado ao MPPE, consta a situação de um dos engenheiros agrônomos, um homem de 75 anos, que se tornou cadeirante durante a pandemia do Covid-19 e retornou ao trabalho presencial em 2023.

“Ele foi colocado numa sala sem nenhuma adaptação à sua condição e, inclusive, não foi disponibilizado computador para que ele trabalhasse, além de não conseguir utilizar o banheiro do local, porque a cadeira de rodas não passava pela porta. O profissional passou a levar um ‘papagaio’ (urinol) para conseguir fazer as necessidades no local de trabalho e chegou a chorar pelo constrangimento a que foi submetido”, explicou Raquel de Melo, em entrevista ao g1.

De acordo com a defensora, apesar de ser um homem lúcido, especializado em sua área de atuação, e com laudos médicos e psicológicos que atestam sua aptidão ao trabalho, a família do servidor foi chamada à Estação Experimental do IPA de Itapirema num dia comum de trabalho para responder “se era seguro para a empresa ele estar no local e se não havia risco de acontecer uma ‘intercorrência’ com ele”.

“Questionaram na frente dele se uma pessoa precisaria responder por ele. Depois disso, a família recebeu um documento informando sobre a necessidade de realizar perícia médica numa clínica terceirizada em Goiana. Chegando no local, a família disse que o médico não olhou os laudos e apenas preencheu o documento dizendo que o servidor era inapto para o trabalho”, complementou a advogada Raquel de Melo.

O pesquisador que ficou cadeirante passou a trabalhar num birô sem acesso a computador, numa das salas da Estação Experimental de Itapirema, do IPA — Foto: Arquivo pessoal

Um outro caso também incluído na denúncia ao Ministério Público de Pernambuco fala sobre outro engenheiro agrônomo que tem visão reduzida e também passou a ser discriminado no ambiente de trabalho, segundo os advogados de defesa. Pesquisador com mais de 30 anos de atuação no Instituto Agronômico de Pernambuco, segundo a advogada, ele passou a se sentir constrangido por causa de suas limitações de mobilidade.

Mais uma situação também inserida no caso denunciado ao MPPE fala de uma servidora que, após sofrer um acidente de trabalho, e precisar usar cadeira de rodas por um período, alega que também passou a ser discriminada por sua dificuldade de locomoção.

A situação culminou no encaminhamento de quatro engenheiros agrônomos com idades acima de 70 anos para perícia médica em clínica do trabalho na cidade de Goiana, pela gestão da Estação Experimental de Itapirema.

No segundo semestre de 2023, após o ônibus que fazia o transporte dos trabalhadores de Itapirema quebrar, os servidores começaram a se queixar por conta da demora para consertar o veículo. Mas, segundo a advogada Raquel de Melo, tanto os técnicos, quanto os engenheiros, continuaram trabalhando presencialmente, seguindo ao trabalho por meios próprios.

O ápice da questão aconteceu no fim de novembro do ano passado, após uma denúncia feita no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) sobre a demora para consertar o veículo pelo deputado estadual Abimael Santos (PL).

Depois da denúncia feita na Alepe, todos os sete engenheiros agrônomos que atuavam na Estação Experimental do IPA de Itapirema, em Goiana, foram transferidos para o Departamento de Pesquisa Agropecuária (Depa), na sede do IPA, no Recife. A portaria foi assinada pelo diretor-presidente do IPA, Joaquim Neto de Andrade Silva, em 28 de novembro do ano passado (abaixo).

Portaria de transferência dos engenheiros agrônomos que trabalhavam na Estação Experimental do IPA de Itapirema, em Goiana, para o Recife — Foto: Arquivo pessoal

Segundo a advogada Raquel de Melo, os engenheiros agrônomos estão, desde então, sem ter como desenvolver suas atividades de pesquisa, que estão localizadas na Estação Experimental de Itapirema, e também não têm local de trabalho adequado na sede do IPA no Recife.

A defensora também diz que os pesquisadores não têm acesso aos conteúdos das pesquisas e materiais de trabalho, que ficaram na unidade do IPA de Itapirema, onde atualmente estão trabalhando apenas os técnicos.

Sindicato apura denúncias de etarismo e perseguição política

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Agricultura e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco (Sintape), a situação dos trabalhadores do IPA tem sido acompanhada pela entidade e outras questões vêm acontecendo envolvendo denúncias de etarismo dentro da instituição.

O presidente do Sintape, Antônio Angelim, disse ao g1 que considera a possibilidade de perseguição política na Estação Experimental do IPA de Itapirema. Além da situação dos sete servidores, a dispensa de outros 70 funcionários com mais de 75 anos, sem aviso prévio, que eram cedidos pela Perpart (Pernambuco Participações e Investimentos S/A) ao IPA, também está sendo monitorada pelo sindicato da categoria.

“A gente tem acompanhado de perto essa situação. Ela começou depois da denúncia feita pelo deputado estadual Abimael Santos (PL) no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) sobre a situação do ônibus quebrado, que fazia o transporte dos servidores para a estação do IPA em Goiana. Depois disso, um grupo de servidores foi chamado para fazer exames periódicos numa clínica em Goiana e alguns desses funcionários foram considerados inaptos e afastados pela médica de segurança do trabalho. Esse detalhamento, o sindicato não sabe direito, mas são situações que precisam ser melhor apuradas”, explicou Antônio Angelim.

De acordo com Angelim, sem entrar no mérito do que motivou os afastamentos médicos de alguns servidores, o sindicato acompanha a situação dos sete engenheiros agrônomos que foram transferidos para a sede do IPA no Recife e diz que os exames periódicos foram exigidos apenas para os servidores da estação de Itapirema.

“A única unidade do IPA onde esse exame foi exigido foi em Goiana e o que o sindicato tem acompanhado é que, uma semana antes da transferência dos servidores para o Recife, o ônibus que fazia o transporte dos servidores há 30 anos já estava consertado. Os engenheiros foram transferidos para a sede do IPA e não foi dada sala para eles. Também tiveram redução de salário, pois perderam a taxa de interiorização destinada a quem está distante da sede, entre outras questões que o sindicato vem apurando”, detalhou o presidente do Sintape.

Antônio Angelim disse que já tentou diálogo com o diretor-presidente do IPA, Joaquim Neto de Andrade Silva, e também com a secretária de Desenvolvimento Agrário, Pecuária e Pesca, Ellen Viégas, mas não obteve sucesso.

O que diz o IPA

 

Em entrevista ao g1, o advogado do Instituto Agronômico de Pernambuco Weidson Marinho negou todas as denúncias e disse que as decisões tomadas pela atual gestão do IPA foram tomadas com base técnica e a partir de metas de gestão da instituição.

“O IPA é uma empresa pública regida pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e pelo INSS. O novo gestor, quando assumiu, em janeiro de 2023, fez mudanças na gestão da empresa e também na gestão da Estação Experimental de Itapirema e a nova gestora identificou várias falhas, como o não comparecimento de alguns servidores ao trabalho. No caso desse servidor [cadeirante que levava urinol ao trabalho], ele tem uma doença grave, se submete à hemodiálise, usa bolsa de colostomia e tinha dificuldades para trabalhar. A gestora comunicou a situação ao departamento de gestão de pessoas, que solicitou o exame periódico e atestou que ele não tinha condição de trabalhar. Como ele é aposentado, não pode receber auxílio doença e por isso o salário dele foi cortado”, explicou o advogado do IPA.

Questionada novamente pelo g1 sobre a situação do servidor, a advogada Raquel de Melo se disse surpresa com a resposta do IPA a respeito do cliente, pois, segundo ela, todos os laudos médicos encontram-se na ficha profissional do engenheiro agrônomo – que é considerado apto ao trabalho.

“O servidor não tem bolsa de colostomia e, sim, ele faz hemodiálise pela manhã e é liberado para o serviço depois. A questão é que o IPA não aceita a declaração de ida à hemodiálise e volta para o trabalho. Ele passa por esse tratamento desde 2021, tem laudos de equipe multidisciplinar que atestam que ele é apto ao trabalho. O que estão fazendo é contrário a lei”, respondeu a advogada Raquel de Melo.

A respeito da transferência de todos os engenheiros agrônomos da Estação Experimental de Itapirema para a sede do IPA no Recife, o advogado da instituição disse que foram apresentados “relatórios mostrando que os pesquisadores não estavam sendo producentes” e que existe um relatório apontando a necessidade de eles trabalharem no Recife.

“A gestão de Itapirema apontou que eles estavam com dificuldade de frequentar o trabalho e solicitou uma empresa de medicina do trabalho para avaliar a condição deles. Com a transferência, existe uma redução no salário de 15% – um corte no adicional de interiorização. Foi uma decisão técnica lotar esse pessoal na capital e eles [os pesquisadores] fazem visitas aos experimentos em Itapirema quando é necessário; de forma que atendam às necessidades da empresa. Não precisam ficar a semana toda trabalhando lá. Foi uma decisão técnica”, argumentou Weidson Marinho.

Weidson Marinho afirmou que não sabe dizer quanto o IPA gastava com o transporte dos servidores para a Estação Experimental de Itapirema, em Goiana. Segundo ele, o ônibus é do próprio IPA e o motorista também é funcionário da instituição, mas não detalhou quanto era gasto com combustível com o transporte neste percurso até o ano de 2023.

De acordo com Marinho, outros pesquisadores que atuam em unidades do IPA distantes do Recife, “a exemplo de Arcoverde e Vitória de Santo Antão”, também devem ser redirecionados para a sede da instituição no Recife, para atender demandas do IPA onde for necessário. Mas o advogado não especificou quando essas medidas serão tomadas, nem quais serão as próximas unidades que passarão pelas alterações.

Unidade de Itapirema é especializada em frutas

 

A Estação Experimental do IPA de Itapirema fica localizada no município de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. É especializada em pesquisas na área de fruticultura; abriga uma biofábrica de mudas (atualmente desativada), incluindo mudas de frutas, palma forrageira e cana-de-açúcar mais adaptadas às condições da região. Tem um laboratório de fitopatologia – que estuda a interação entre as plantas e o meio ambiente, em busca do controle de doenças e pragas, e desenvolve pesquisas com diferentes frutas, como a banana pacovan, o abacaxi, entre outras.G1

Projeto aumenta pena para estelionato se for praticado contra mulher

Discussão e votação de propostas legislativas. Dep. Dr. Victor Linhalis (PODE - ES)

Em análise na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 4366/23 aumenta de um terço ao dobro a pena do crime de estelionato se for praticado contra mulher, por razões da condição do sexo feminino.

Apresentado pelo deputado Dr. Victor Linhalis (Podemos-ES), a proposta insere a medida no Código Penal, que hoje estabelece pena de reclusão de um a cinco anos e multa para o crime. A lei já prevê aumento da pena se o crime for praticado contra pessoa idosa ou vulnerável.

“Um dos crimes patrimoniais que mais atinge as mulheres é o estelionato, situação em que o agente utiliza artifícios para conquistar a confiança da vítima e induzi-la a erro, obtendo vantagem ilícita em prejuízo de seus bens”, afirma o autor.

O parlamentar acredita que a medida se mostrará eficaz para a prevenção e a repressão de crimes dessa natureza.

Tramitação
A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Flanelinha é preso após tentar impedir delegada de estacionar carro no Recife

Um flanelinha foi preso em flagrante após tentar impedir que uma delegada estacionasse seu veículo em uma rua do bairro do Espinheiro, na Zona Norte do Recife.
O caso aconteceu na tarde desta sexta-feira e foi confirmado, por meio de nota, pela Polícia Civil.
Durante a abordagem do guardador de carros, a motorista estava com o marido, que também é delegado.
Segundo o policial, o guardador de carros apareceu de repente e deu um murro no veículo, dizendo para a delegada estacionar em outro lugar.
O marido da motorista relatou que ela se recusou a dar dinheiro ao flanelinha, que geralmente cobra para limpar e vigiar os carros.
Logo depois da abordagem agressiva do suspeito, a polícia foi acionada e ele foi encaminhado para a Delegacia do Espinheiro e deve responder pelo crime de extorsão.
De acordo com o artigo 158 do Código Penal, o crime de extorsão caracteriza-se pela conduta de constranger alguém a fazer, tolerar ou deixar de fazer algo, sob violência ou grave ameaça, com objetivo de obter vantagem indevida.
A pena pode variar de 6 a 12 anos de reclusão e multa, se o crime for cometido mediante restrição da liberdade da vítima para a obtenção da vantagem econômica.
O que diz a nota
Na nota,  Polícia Civil disse que a Delegacia da 4ª Circunscrição – Espinheiro registrou a  a prisão em flagrante delito de um homem de 50 anos.
“O indivíduo foi autuado por extorsão após abordar a vítima, mulher de 42 anos, que havia estacionado seu veículo em via pública do bairro dos Aflitos, em Recife, e exigir que ela retirasse o veículo do local, por não haver pago o estacionamento na área dele”, afirmou a nota.
Após ser localizado pela equipe policial, o homem foi conduzido à delegacia para realização dos procedimentos cabíveis, “ficando em seguida à disposição da Justiça”.
Porto de Galinhas
As atividades de flanelinhas são comuns na Região Metropolitana do Recife.
No dia 5 de janeiro, um guardador de carros foi flagrado danificando um veículo na Praia de Porto de Galinhas.
O autor do crime jogou pedras no para-brisa do carro e arranhou a lateral do veículo.
A ação foi registrada por câmeras de segurança de um estabelecimento, que foram solicitadas pelo dono do carro .Atualmente o suspeito está foragido.
A “profissão” de guardador de carro existe no Brasil desde a década 1930 e hoje eles dividem as áreas de estacionamento em postos para cada guardador, cobrando gorjeta para os motoristas.
DP

Coordenadora da Mulher de Lagoa Grande(PE) Iara Evangelista, comemora lei que cria o protocolo “Não é Não”, sancionada pelo presidente Lula

Em Lagoa Grande-PE, Blitz Educativa pede o fim da violência contra a  mulher; Iara Evangelista destaca a importância da conscientização sobre o  tema - Blog Notícias em Destaque

A  Coordenadora Especial de Atenção à Mulher de Lagoa Grande(PE), Iara Evangelista, comemorou mais uma importante lei em prol dos direitos da mulher, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente sancionou a lei que cria o protocolo “Não é Não”, mecanismo de combate ao constrangimento e à violência praticada contra mulheres em ambientes como casas noturnas, boates, bares, restaurantes, espetáculos musicais e demais locais fechados ou shows onde haja venda de bebidas alcoólicas.A lei foi sancionada ontem e publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira(29).

A coordenadora Iara Evangelista, disse que é muito importante essa lei que vem a proteger os direitos da mulher no que se referi a presença das mulheres nos locais de eventos em shows, bares e outros locais festivos.

“Essa é mais uma importante lei que vem a fortalecer os direitos da mulher em ambientes de eventos festivos e de lazer, trazendo mais tranquilidade e segurança”, disse Iara Evangelista.

lei 14.786, no entanto, “não se aplica a cultos nem a outros eventos realizados em locais de natureza religiosa”.

A nova legislação detalha alguns dos direitos das mulheres nesses ambientes, e deveres do estabelecimento. Entre eles está o de as mulheres serem imediatamente afastadas e protegidas do agressor, e de serem acompanhadas por pessoa de sua escolha tanto enquanto estiver no estabelecimento como para se dirigirem até seu transporte, caso queiram deixar o local. Estabelece também que caberá à mulher definir se sofreu “constrangimento ou violência”.

Estabelecimentos

Com relação aos deveres dos estabelecimentos, está o de assegurar que haja, na equipe de funcionários, pelo menos uma pessoa qualificada para atender ao protocolo “Não é Não”; e manter em locais visíveis informação sobre a forma de acionar o protocolo, bem como os telefones da Polícia Militar e da Central de Atendimento à Mulher – o Ligue 180.

Também caberá ao estabelecimento certificar-se com a vítima se ela está passando por situação de constrangimento (qualquer insistência física ou verbal por ela sofrida, após manifestada discordância com a interação) e, se for o caso, adotar medidas para preservar a dignidade e a integridade física e psicológica da mulher.

Havendo indícios de violência (situações em que o uso da força tenha como resultado lesão, morte ou dano), o estabelecimento deverá proteger a mulher, afastá-la do agressor, colaborar para a identificação de possíveis testemunhas, acionar autoridades de segurança e isolar o local onde haja vestígios da violência. Caso haja sistema de câmeras de segurança, garantir acesso das autoridades policiais.

O projeto prevê campanhas educativas sobre o protocolo e institui um selo a ser entregue às empresas que cumprirem as medidas, de forma a identificá-las como locais seguros para mulheres.

O poder público manterá e divulgará a lista Local Seguro Para Mulheres com as empresas que possuírem o selo Não é Não – Mulheres Seguras. A nova lei entrará em vigor no prazo de 180 dias.

 

Caso Beatriz: Juíza determina que Marcelo da Silva seja julgado por Júri Popular; veja trecho da decisão aqui

A juíza do Tribunal do Júri de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Elane Brandão Ribeiro, determinou que Marcelo da Silva, acusado de ter assassinado a menina Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva, seja julgado por Júri Popular. A ação também solicita que o réu continue respondendo à ação penal de homicídio qualificado na condição de preso preventivo. A decisão foi proferida na noite da terça-feira (5) e divulgada nesta quarta-feira (6), pela Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Em novembro do ano passado, Marcelo da Silva, acusado de cometer o crime, passou por audiência de instrução, que só foi finalizada em dezembro. Durante os três dias de audiência, foram ouvidas oito testemunhas indicadas pelo Ministério Público, entre elas Lúcia Mota, mãe de Beatriz.

Das oito testemunhas apontadas pela defesa, sete foram ouvidas e uma dispensada. A audiência de instrução foi realizada nos dias 22, 23 de novembro e 15 de dezembro, sendo presidida pela juíza Elane Brandão.

Veja trecho da decisão que determina julgamento por Júri Popular

“(…) Posto isto, considerando a demonstração da existência do corpus delicti e de indícios razoáveis de autoria, PRONUNCIO o réu MARCELO DA SILVA, devidamente qualificado, nas sanções previstas no tipo do artigo 121, § 2º, incisos I, III e IV, c/c o § 4º, segunda parte, primeira figura (vítima menor de 14 anos), do Código Penal. Outrossim, com fulcro nos arts. 311 e 312 e observando o quanto disposto no art. 413, § 3º, todos do CPP, entendo que ainda persistem os requisitos da custódia cautelar do pronunciado, visando assegurar a ordem pública, considerando a gravidade concreta da ação, já evidenciada no decreto preventivo e nos próprios autos. Assim, considerando a permanência do panorama fático-jurídico, com esteio no art. 282, I e II, e § 6º, e arts. 311 e 312, todos do CPP, mantenho a prisão preventiva de MARCELO DA SILVA, qualificado nos autos. (…)”, diz a decisão.

Em nota, o TJPE esclareceu o que acontece após a decisão da juíza Elane Brandão Ribeiro, do Tribunal do Júri de Petrolina. Confira:

“O agendamento da sessão de Tribunal do Júri ocorre após o Tribunal de Justiça de Pernambuco manter a decisão de pronúncia (a determinação judicial do réu ser julgado pelo Tribunal do Júri), caso haja interposição de recurso para modificá-la, ou se ocorrer a preclusão da mesma, ou seja, não houver a impetração do recurso. Nas duas opções, o prazo que está correndo atualmente é de 15 dias. Após esgotados eventuais recursos, se mantida a decisão de pronúncia, ou findo este período, as partes são intimadas para, no prazo de cinco dias, apresentarem testemunhas e requererem eventuais diligências ou juntada de documentos até o julgamento”.

Do g1