Dominados por facções, municípios de Pernambuco estão entre os mais violentos do País

Onze municípios de Pernambuco com mais de 100 mil habitantes fazem parte da lista dos que tiveram a maior taxa de homicídios do País, segundo o Atlas da Violência 2024, divulgado nesta terça-feira (18). O levantamento deixa claro que o avanço das facções criminosas, especializadas no tráfico de drogas, é o principal problema a ser enfrentando para os estados conseguirem reduzir os números de assassinatos.

O estudo, desenvolvimento pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, teve como referência os crimes registrados no ano de 2022. Cinco cidades da Bahia aparecem no topo do ranking nacional: Santo Antônio de Jesus (94,1 mortes por 100 mil habitantes); Jequié (91,9); Simões Filho (81,2); Camaçari (76,6); Juazeiro (72,3).

“Pelo menos até 2022, pelo menos dez facções disputavam territórios em terra e na Baía de Todos os Santos, um espaço geográfico estratégico para a logística de transporte, fornecimento e exportação de drogas e armas. Além do PCC (Primeiro Comando da Capital) e do CV (Comando Vermelho), a Bahia contava com mais oito grupos criminosos fundados no próprio estado, que provocaram conflitos letais derivados de rupturas e alianças, como entre o Bonde do Maluco (BDM) e o PCC. Adiciona-se a esse enredo o longo histórico de violência policial letal”, indicou o estudo.

PERNAMBUCO

No ranking nacional, o Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, aparece em 8º lugar entre os municípios com maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes.

Não é a primeira vez que o Cabo aparece entre os mais violentos do País. Com 203.440 habitantes, a cidade apresentou taxa de 66,9 mortes violentas por 100 mil habitantes. Em 2022, o Atlas somou 135 homicídios.

Em janeiro daquele ano, o município somou 30 assassinatos – maior número em um único mês desde 2004, quando os casos passaram a ser registrados pela Secretaria de Defesa Social (SDS). A maioria das vítimas (23) tinha entre 18 e 29 anos.

Conforme destacou o Atlas, o Cabo está sob domínio da facção Trem Bala/Comando Litoral Sul (CLS), especializada no tráfico de drogas, comércio ilegal de armas de fogo, tortura e lavagem de dinheiro, também tem ligação com facções do Sudeste, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e, principalmente, o Comando Vermelho.

Para a polícia, o grupo é bem organizado, com estrutura hierárquica e divisão de tarefas entre os membros: há “olheiros”, vendedores de drogas, gerentes do tráfico, homicidas, “laranjas” que emprestam contas bancárias para a lavagem de dinheiro, chefias e líderes da organização.

A facção tem se espalhado por todo o Estado, sobretudo em municípios do Litoral Sul. A maior concentração do grupo, segundo a polícia, está na praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, principal cartão-postal de Pernambuco. Lá, diversas operações já foram realizadas para prender integrantes, mas a organização segue aliciando mais pessoas – principalmente as mais jovens.

A facção também é conhecida pela extrema violência aplicada aos rivais, que, muitas vezes, são torturados, executados e enterrados em cemitérios clandestinos. (JC Online)

Operação da Polícia Federal erradica quase 450 mil pés de maconha no Sertão de PE

Foto: PF/divulgação

A Polícia Federal em Pernambuco, por meio da Delegacia de Salgueiro (Sertão Central), conseguiu erradicar 448 mil pés de maconha no Sertão do Estado. Batizada de ‘Terra Livre Fase IV’, a operação ocorreu entre 6 de maio e ontem (26).

De acordo com a PF, foram realizadas três fases (levantamento, percursora e deflagração da operação), pelas quais as equipes destruíram os 448 mil pés de maconha e 45 mil mudas que estavam em 78 plantios. Também foram apreendidas 3,1 toneladas da erva pronta para o consumo.

Ao todo, 152 toneladas de maconha deixaram de ser produzidas. Os plantios foram localizados através de levantamentos feitos pela PF em algumas ilhas do Rio São Francisco, na Região de Orocó (PE), Salgueiro (PE), Cabrobó (PE), Belém do São Francisco (PE), Betânia (PE), Flores (PE), Carnaubeira da Penha (PE), Inajá (PE) e Parnamirim (PE), além das cidades de Cachoeira dos Índios e Monteiro (ambas na Paraíba).

Chamou atenção dos policiais o fato de uma única roça conter 142 mil pés de maconha, localizada na Zona Rural de Inajá, que daria para produzir quase 47 toneladas de maconha.

Foto: PF/divulgação

 

Ação conjunta

A ação contou com a participação de policiais federais, civis e penais de Pernambuco e Alagoas, militares dos Corpo de Bombeiros e do BEPI-Batalhão Especializado de Policiamento do Interior. Os policiais trabalharam com incursões terrestres e fluviais, com o emprego de botes infláveis e uma aeronave do GTA-SDS-PE (Grupamento Tático Aéreo- Secretaria de Defesa Social).

 

Operação da PF prende policiais rodoviários federais por corrupção em Pernambuco

Oito policiais rodoviários federais foram presos em Pernambuco, nesta terça-feira (23), em operação da Polícia Federal, com parceria com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Rio Grande do Norte e com a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os suspeitos são investigados por crimes de corrupção, como concussão, que é quando o servidor exige vantagens e propina por causa do cargo, e também peculato, quando ocorre apropriação ou desvio de um bem, em benefício próprio ou de terceiro. Dos oito policiais presos, sete são antigos na corporação e um é novato.

Outra suspeita é que eles facilitavam a passagem por Pernambuco de carretas que transportam pás eólicas para outros estados do Nordeste. Porém, dentro dessa carga havia drogas escondidas. Ainda não se sabe se os policiais sabiam ou não da presença dos entorpecentes. Pela operação também foram presos dois empresários pernambucanos.

Por envolver agentes públicos, as investigações seguem em sigilo. Os suspeitos foram encaminhados para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), localizado no município de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.

Municípios em Pernambuco registram crescimento em casos de dengue. Entre eles está Lagoa Grande.

Os números de casos de dengue em Pernambuco seguem aumentando. O Boletim Epidemiológico divulgado na quarta-feira (13) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostra que o estado já contabiliza 469 casos de dengue confirmados entre os dias 31 de dezembro de 2023 e 9 de março de 2024.

O número de casos prováveis entre os dias 3 e 9 de março, que correspondem à décima semana epidemiológica, foi de 6.347.

Esse número representa um aumento de 65,3% se comparado com o mesmo período de 2023. Até o momento, Pernambuco registrou cinco casos graves de dengue.

Alguns municípios possuem alta incidência de casos de dengue, entre eles Araçoiaba, Chã de Alegria, Terra Nova, Lagoa Grande e Belém do São Francisco e Itaquitinga. Estas localidades registram pelo menos 300 casos prováveis por 100 mil habitantes a cada semana.

Neste mesmo período, dois óbitos suspeitos foram descartados. Outros 16 óbitos notificados para as arboviroses seguem em investigação. Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos.

De acordo com a secretaria, estes casos ainda estão em investigação pois os sintomas desenvolvidos podem ser confundidos com um conjunto considerável de outras doenças.

Pessoas infectadas pelo vírus da dengue podem ter sintomas como febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Casos graves desta doença incluem sintomas como dor abdominal intensa e contínua, ou dor à palpação do abdome, vômitos persistentes, acumulação de líquidos, sangramento de mucosa ou outra hemorragia e queda abrupta das plaquetas.

Blog do Edenevaldo Alves

3° Pior do país: TCE-PE divulga índices que avalia as políticas públicas na área de segurança em Pernambuco

A segurança pública é apontada como um dos principais desafios de Pernambuco. No Ranking de Copetitividade dos Estados, a segurança pernambucana aparece como a terceira pior do Brasil em 2022. Atento ao problema, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) divulga, pela primeira vez, o resultado do Índice de Governança e Gestão em Segurança Pública (IGGSeg), criado para medir e avaliar periodicamente as políticas públicas no setor.

Para realizar o Índice de Segurança, o TCE-PE avaliou dados de 2022, quando a política de segurança pública em Pernambuco ainda era o “Pacto pela Vida”. O IGGSeg avalia se a política pública está em conformidade com as boas práticas em quatro eixos: policiamento ostensivo; investigação criminal; serviços penais; política estadual de segurança pública e estatísticas criminais.

DESEMPENHO POR ÁREA
A metodologia estabelece notas para cada eixo, que são agrupadas em quatro níveis (desempenho): insuficiente (menor que 25%); inicial (inferior a 50% e igual ou superior 25%); intermediário (inferior a 75% e igual ou superior 50%); e aprimorado (igual ou superior a 75%). O resultado geral é a média do somatório dos percentuais de cada eixo.
O Estado alcançou um percentual de 63% de atendimento às boas práticas avaliadas no Índice. No caso pernambucano, o resultado foi calculado com base em um questionário elaborado pelo TCE-PE contendo 790 tópicos, e aplicado às secretarias estaduais de Defesa Social, Justiça e Direitos Humanos, além dos comandos da Polícia Militar e Chefia da Polícia Civil.

“O percentual de 63% coloca Pernambuco num nível intermediário, o que pode ser traduzido como um resultado que indica a adoção de boas práticas de governança, tanto em importância quanto em quantidade, mas com pontos de fragilidade”, afirmou o auditor Bruno Ribeiro, gerente de Fiscalização da Segurança e da Administração Pública, e coordenador do trabalho realizado pelo TCE-PE.

O relator da área de segurança pública do Estado, no exercício de 2022, foi o conselheiro Rodrigo Novaes, que já determinou o envio do estudo às autoridades públicas envolvidas.
Fonte – JC