A Justiça do Distrito Federal determinou o bloqueio do helicóptero usado pelo presidente do Solidariedade, Eurípedes Júnior, que é alvo de operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (12) por desvio de dinheiro público do fundo eleitoral.
A PF também pediu, e o Judiciário, deferiu o bloqueio de 32 imóveis que estão registrados em nome de 10 pessoas – físicas e jurídicas. Os imóveis estão avaliados em R$ 5 milhões. A Justiça também determinou bloqueio de bens de 9 carros e R$ 36 milhões das contas dos investigados.
A investigação aponta que Eurípedes Júnior, enquanto era presidente do extinto Partido Republicano da Ordem Social (Pros) – sigla que se uniu ao Solidariedade em 2023 –, usava o helicóptero para se deslocar de Planaltina (GO) para a sede da legenda, em Brasília.
Segundo a PF, o piloto registrado para o helicóptero também figura como funcionário do partido Solidariedade. Ele também foi alvo de mandado de busca e apreensão pela PF hoje.
O Solidariedade divulgou nota sobre a operação. “Esses são fatos ocorridos antes da união do Pros com o Solidariedade, estamos tomando pé da situação e ainda não temos uma posição sobre os fatos.”
A defesa do presidente da sigla não foi encontrada.
Uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizada na madrugada do sábado (8), resultou na apreensão de 9 Kg de maconha, que eram transportadas no porta-malas de um carro. A droga foi encontrada após a fuga do motorista pela BR 110, em Ibimirim, no Sertão pernambucano.
Policiais realizavam uma blitz no Km 147 da rodovia, quando deram ordem de parada ao motorista de um carro, mas o homem desobedeceu e acelerou o veículo. A equipe iniciou o acompanhamento do veículo por alguns metros, até que o motorista desembarcou e correu para o matagal.
Os policiais realizaram buscas na região, mas não localizaram o condutor. No interior do carro, foram encontrados 15 sacos plásticos com a droga.
O carro e a maconha foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Ibimirim.
Oito policiais rodoviários federais foram presos em Pernambuco, nesta terça-feira (23), em operação da Polícia Federal, com parceria com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Rio Grande do Norte e com a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os suspeitos são investigados por crimes de corrupção, como concussão, que é quando o servidor exige vantagens e propina por causa do cargo, e também peculato, quando ocorre apropriação ou desvio de um bem, em benefício próprio ou de terceiro. Dos oito policiais presos, sete são antigos na corporação e um é novato.
Outra suspeita é que eles facilitavam a passagem por Pernambuco de carretas que transportam pás eólicas para outros estados do Nordeste. Porém, dentro dessa carga havia drogas escondidas. Ainda não se sabe se os policiais sabiam ou não da presença dos entorpecentes. Pela operação também foram presos dois empresários pernambucanos.
Por envolver agentes públicos, as investigações seguem em sigilo. Os suspeitos foram encaminhados para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), localizado no município de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.
A Câmara dos Deputados decidiu na noite desta quarta-feira manter a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A votação passou por uma margem apertada. Foram 277 votos favoráveis a prisão, 129 contrários e 28 abstenções. Eram necessários 257 votos para manter Chiquinho na prisão.
Associado à milícia por investigadores, o parlamentar foi derrotado pelos colegas em plenário, mas conseguiu angariar apoio expressivo de partidos do Centrão e da oposição.
Deputados do União Brasil, PL, Republicanos e PP agiram para esvaziar a sessão de hoje e tentar impedir que a prisão tivesse os votos mínimos para ser mantida.
Em um dia marcado pela incerteza, parlamentares contrários à decisão da Casa apelaram ao espírito de corpo e a questões técnicas para se manifestar. O principal argumento foi a possibilidade de outros deputados ficarem vulneráveis à possibilidade de prisão preventiva.
O embate entre o Judiciário e apoiadores de Jair Bolsonaro também contribuiu para elevar as tensões e influenciou os debates. O assunto foi analisado mais cedo pela Comissão de Constitução e Justiça (CCJ). No colegiado, foram 39 votos a favor da prisão e 25 pela soltura.
O bloco composto por União Brasil, PP, PDT, PSDB e Cidadania e o que contém PSD, MDB, Republicanos e Podemos liberaram as bancadas. A federação do PT, PCdoB e PV, a federação PSOL e Rede, o PSB e o Solidariedade pediram a manutenção da prisão.
– Demos um passo importante em direção à elucidação do caso. A soltura do Brazao traria obstruções ao processo. Enfrentamos o poder das milícias e o rito sumário do Lira – disse o deputado Chico Alencar após o resultado (PSOL-RJ).
Antes da votação, o líder do PL, Altineu Cortês (PL-RJ), reclamou da decisão do STF. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está no exterior, filho ’03’ do ex-presidente Jair Bolsonaro, gravou um vídeo pedindo que os deputados da oposição votassem contra a prisão.
– Nós juramos a Constituição quando assumimos o mandato e no nosso entendimento essa prisão é ilegal e fere a Constituição – disse Altineu.
No plenário, o advogado de Chiquinho Brazão, Cléber Lopes, contestou a avaliação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que havia votado contra Brazão, e a manutenção da prisão do parlamentar. Ele disse que Brazão vem sendo exposto a uma “tortura psicológica”.
— Um deputado desta Casa foi surpreendido em sua residência por uma ordem do STF e trazido para Brasília algemado e exposto como um troféu. Agora ele está submetido a um regime disciplinar diferenciado, com 23 horas de cárcere por dia. Esta prisão extrapola os limites da dignidade da pessoa humana. Com todo respeito à maioria da CCJ, houve uma decisão alicerçada em considerações de mérito e eventual culpabilidade do parlamentar. Vale lembrar que a prisão do meu cliente é alicerçada em uma delação premiada — afirmou.
— Estamos vivendo a barbárie e a tortura psicológica do parlamentar. A Câmara precisa entender que não está julgando o parlamentar ou escrutinando as provas. Estamos aqui julgando se a Constituição Federal autoriza a prisão do parlamentar. Esta não é uma prisão em flagrante, é bom lembrar. Pretendeu-se construir na CCJ a ideia de que houve um crime em flagrante, mas isto não há. É uma prisão preventiva ao arrepio à Constituição Federal. Estive com o deputado no presídio e ele jura inocência. O relatório da Polícia Federal é teatral e frustrante — completou.
Chiquinho e seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, foram presos no dia 24 de março. Apesar do placar favorável para a manutenção da prisão, deputados do Centrão ficaram incomodados. O entendimento é que a decisão do STF pode abrir precedentes para que outros deputados sejam punidos.
O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), disse ser contra a decisão do Supremo. O entendimento é compartilhado pela maioria da bancada da sigla, que é a terceira maior da Casa. Deputados do PP e do Republicanos, partido que chegou a abrir negociação para filiar Brazão, também abrigam deputados insatisfeitos com a prisão.
Durante todo o dia de hoje, a deputada Dani Cunha (União-RJ), filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, esteve reunida com aliados. Ela e o pai são do mesmo grupo político que a família Brazão no Rio. A deputada esteve em contato permanente com o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), ontem e hoje. O parlamentar também se manifestou contrário à prisão de Chiquinho.
Antes da votação em plenário, ela também manteve conversas com deputados como Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), Luciano Vieira (PL-RJ) e Juninho do Pneu (União-RJ), todos da bancada do Rio e do mesmo grupo dos Brazão.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), orientou para que a prisão fosse mantida. Ele também trabalhou junto aos parlamentares da base para evitar ausências que poderiam salvar Chiquinho. Antes da votação, a expectativa de Guimarães e do relator Darci de Matos era a de que era possível manter a prisão, mas que o placar seria apertado.
Por outro lado, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, que era próximo de Marielle, acompanhou a votação. O ex-deputado, que é filiado ao PT do Rio de Janeiro, participou da articulação para que a prisão de Chiquinho fosse mantida. Ele conversou com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e com o senador Renan Calheiros (MDB-AL) para que os deputados de seus partidos participassem da votação e votassem para manter a decisão do STF.
— Quem votou pela manutenção da prisão, votou pelo respeito à família de Marielle e demonstrou vontade de ver todos os detalhes respondidos. Quem votou contra, está contra o rito legal — declarou Freixo.
Ao determinar a prisão, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que eles fossem conduzidos a uma unidade federal. Além dos irmãos, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa também foi preso.
Barbosa está preso em Brasília. Já Chiquinho está em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e Domingos em Porto Velho, em Rondônia, para evitar que mantenham contato.