Os restos mortais encontrados pela Polícia Federal nas buscas ao indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Philips chegam a Brasília nesta quinta-feira (16).
Imagens mostram os policiais federais que atuaram na operação conduzindo os corpos até uma caminhonete no porto do Atalaia, na noite de quarta-feira (15).
De lá, os materiais genéticos de Bruno e Dom foram transportados a Tabatinga (AM), de onde serão encaminhados ao Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal, responsável pela perícia.
A previsão é que os resultados dos exames de DNA fiquem prontos na próxima semana.
A confirmação de que “remanescentes humanos” foram encontrados durante as investigações foi anunciada pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, nas redes sociais. Segundo a Polícia Federal, Amarildo dos Santos, um dos pescadores detidos, confessou ter matado Dom e Bruno, esquartejado os corpos e ateado fogo neles. Ele também indicou onde estavam os corpos, a mais de 3km do local do crime.
Segundo o chefe da PF, Eduardo Fontes, o suspeito informou que o barco em que viajavam o jornalista e o indigenista foi afundado e que o local onde os corpos foram enterrados era de difícil acesso. “Demoramos a conseguir chegar ao local.
Não há contato telefônico na área. Lá foram encontrados remanescentes humanos e as escavações ainda estão sendo realizadas”, disse.
Outro pescador, Osoney da Costa, que é irmão de Amarildo, também está preso, embora não tenha confessado participação no crime. Os dois foram vistos por testemunhas perseguindo a lancha dos profissionais. Uma terceira pessoa, citada por Amarildo, também está sendo investigada.
“Agora vamos descobrir as causas das mortes e dos crimes. Ainda estamos na parte investigativa e realizando diligências, e novas prisões devem ocorrer. Todas as forças de segurança estão unidas e trabalhando de forma ininterrupta. O objetivo é reunir todas as provas de forma segura”, acrescentou o superintendente da PF.
Crime na Amazônia
Dom e Bruno desapareceram em 5 de junho, após serem vistos pela última vez na comunidade de São Rafael, nas proximidades da entrada da Terra Indígena Vale do Javari. Eles viajavam pela região entrevistando indígenas e ribeirinhos para produção de reportagens e de um livro sobre invasões nas áreas indígenas.
O Vale do Javari, que é a terra indígena com o maior registro de povos isolados do mundo, é pressionado há anos com atuação intensa de narcotraficantes, pescadores, garimpeiros e madeireiros ilegais que tentam expulsar povos tradicionais da região. R7