Menina de 12 anos é sequestrada em Santa Maria da Boa Vista (PE)

Uma menina de 12 anos, identificada como Ingrid Vitória, foi sequestrada na manhã desta terça-feira (25) em Santa Maria da Boa Vista, no Sertão de Pernambuco. Segundo informações de pessoas próximas, o suspeito, que é conhecido da família, já monitorava a vítima há algum tempo.

De acordo com familiares, Ingrid, sua mãe e seu irmão de 3 anos estavam em Curaçá (BA) e aceitaram uma carona do suspeito com destino ao povoado Caraíbas, em Santa Maria da Boa Vista (PE). No entanto, ao chegarem ao local onde deveriam descer, o homem seguiu em frente, alegando que precisava buscar um equipamento de som antes de deixá-los no destino.

A atitude gerou desconfiança na mãe de Ingrid, que passou a questioná-lo. Pouco depois, o sequestrador entrou em uma estrada vicinal, e o carro atolou em um lamaçal. Nesse momento, ele desceu do veículo, retirou uma arma de fogo da bolsa, amarrou a mãe da menina e o irmão mais novo e fugiu levando Ingrid.

A mãe da vítima conseguiu se soltar e pedir ajuda. Desde então, a polícia, familiares e amigos realizam buscas para encontrar a menina. Durante a operação, uma carta foi encontrada em um local por onde o sequestrador passou. O conteúdo sugere que ele tinha um interesse amoroso pela jovem.

Por volta das 11h, Ingrid supostamente teria enviado uma mensagem a uma familiar informando que estava em Floresta (PE), dizendo que estava “passando pano na casa”. No entanto, a família acredita que a jovem pode ter sido forçada a enviar o texto para despistar as equipes de busca.

Além da polícia, moradores da região seguem mobilizados na tentativa de localizar a menina. As buscas se concentram entre o povoado Caraíbas e Orocó, onde o sequestrador abandonou o veículo e fugiu.

A Polícia Civil de Pernambuco investiga o caso. Até o momento, não há informações sobre o paradeiro de Ingrid nem do suspeito.

Site Nossa Voz

TRE de São Paulo mantém cassação do diploma de Carla Zambelli

 

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo rejeitou recursos da defesa de Carla Zambelli (PL) e manteve a cassação do diploma de deputada federal e a inegibilidade dela por oito anos, a partir da eleição de 2022.

A decisão, que confirma julgamento de janeiro deste ano, foi motivada por uma ação da também deputada Sâmia Bomfim (PSOL), que alegava que Zambelli divulgou informações inverídicas sobre o processo eleitoral e cita uso indevido dos meios de comunicação e a prática de abuso de poder político.

O voto do desembargador Encinas Manfré rejeitou as teses da defesa, sobre as quais se manifestou afirmando que  “as graves condutas da representada, com demonstração da elevada repercussão, da difusão de informações falsas e descontextualizadas” configuram abuso dos meios de comunicação. Cabe recurso à rejeição dos embargos de declaração no Tribunal Superior Eleitoral.

Agência Brasil

 

STF deixa para quarta decisão que pode tornar réus Bolsonaro e aliados

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir na manhã de quarta (26/3) se torna réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados em ação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomaram, na tarde desta terça-feira (25/3), sessão para avaliar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Pela manhã, houve manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e da defesa dos denunciados. Bolsonaro decidiu assistir presencialmente ao julgamento e está sentado em frente ao relator do processo, ministro Alexandre de Moraes.

Como foi a sessão desta terça

  • O julgamento teve início com a abertura solene pelo presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin.
  • Logo depois, o relator do caso Alexandre de Moraes realizou a leitura do relatório, que ainda não é o voto dele no caso.
  • Por 30 minutos, o Procurador-geral da República, Paulo Gonet, fez a sustentação oral da PGR e classificou como tentativa de golpe a atuação dos denunciados.
  • As defesas dos oito denunciados fizeram suas sustentações orais, de cerca de 15 minutos cada.
  • A volta da pausa para o almço foi marcada pela votação das preliminares apresentadas pelas defesas. A Primeira Turma julgou se o STF teria competência legal para julgar o caso, se o julgamento deveria ser no plenário do STF, e não na Primeira Turma, se o relator Alexandre de Moraes, é parcial para julgar os acusados.
  • Também foram votadas a nulidade da colaboração premiada de Mauro Cid, o direito de defesa foi cerceado porque os advogados não tiveram amplo acesso às provas, o direito de defesa foi cerceado porque os documentos eram muitos e estavam desorganizados.
  • Os ministros também decidiram sobre se o pedido de dividir a ação penal em núcleos violou o princípio da “individualidade da ação penal”.
  • O voto do relator Alexandre de Moraes e dos outros ministros da Primeira Turma que podem tornar réu Bolsonaro e outros 7 aliados na suposta trama golpista será apresentado nesta quarta-feira (26/3).

O julgamento ocorreu sem maiores problemas pela manhã, mas o advogado de um denunciado que não está sendo julgado nesta terça tentou forçar a entrada no plenário e chegou a ser detido por desacato.

Nesta quarta, o julgamento volta com o voto do ministro Alexandre de Moraes e dos demais membros da Primeira Turma sobre aceitar ou não a denúncia.

Nesta terça, os ministros apreciaram pedidos das defesas no sentido, por exemplo, de afastar Moraes, Zanin e Dino do julgamento. Essa preliminar foi julgada e derrubada por unanimidade, com placar de 5 a 0. Outro pedido foi pela incompetência da Turma para julgar o caso, além do impedimento do próprio STF. Os ministros, porém, mantiveram o julgamento na Primeira Turma. Nesse caso houve divergência do ministro Luiz Fux, que votou pela ida do julgamento ao plenário.

“No meu modo de ver, se essa matéria fosse tão pacífica [competência da Primeira Turma], depois da mudança do regimento, dias atrás deste mês, 11 de março, eu votei, na companhia de outros colegas, e fiquei vencido. Por quê? Ou estamos julgando pessoas que não exercem mais função pública, ou estamos julgando pessoas que têm essa prerrogativa, e o lugar correto seria o plenário”, disse Fux.

Moraes também votou a favor de negar pedidos de nulidade das defesas que alegam a prática de document dump, que é o excesso de documentos e desorganizados; e fishing expedition, que ocorre quando se faz a “pesca predatória” de provas. Além de cerceamento de defesa. Ele foi acompanhado pelos colegas de turma por unanimidade.

Por fim, os ministros rejeitaram o pedido da defesa de Bolsonaro por um juiz de garantias e a nulidade do acordo de delação premiada de Mauro Cid.

Advogado detido

O advogado de um dos denunciados foi detido pela Polícia Judicial em uma confusão durante a sessão. O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Sebastião Coelho gritou ao ser barrado na entrada da sala da Primeira Turma, interrompendo a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes.

Após a confusão, Sebastião Coelho acabou detido pela Polícia Judicial do STF em flagrante delito por desacato e ofensas ao tribunal. O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, determinou a lavratura de boletim de ocorrência por desacato e, em seguida, a liberação do advogado. Ele representa Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro. Martins é um dos denunciados pela PGR, mas o julgamento dele não ocorre nesta terça.

Defesa de Bolsonaro

Celso Vilardi, advogado de Bolsonaro, disse, pela manhã, que seu cliente foi “o presidente mais investigado do país”.

Segundo Vilardi, “nem a Polícia Federal afirmou a participação dele no 8 de Janeiro, nem o delator que o acusou [Mauro Cid], fez qualquer relação dele com o 8 de Janeiro”.

“Ele não participou do 8/1, ele repudiou”, disse Vilardi.

Defesa de Cid

Após a defesa de Bolsonaro, falou o advogado Cezar Bitencourt, que representa o delator do esquema, Mauro Cid. “Ele que desencadeou o andamento dessas questões. Nós não temos muito a falar a respeito do Cid, apenas destacar sua dignidade, sua grandeza, sua participação nos fatos como testemunha, como intermediário. No caso, como delator. As circunstâncias o colocaram nessa situação e, como assessor que foi do presidente, tinha conhecimento dos fatos, dos aspectos”, disse o defensor.

“O delator cumpriu com o seu dever. Tem o direito de receber o que merece e o que já está sendo concedido. Esperamos a absolvição dele e, até quem sabe, a recusa da denúncia”, pediu Bitencourt.

Núcleo 1

Esse núcleo é considerado como “central” da possível organização criminosa. Ele inclui:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil; e
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha do Brasil.

A denúncia

  • Entre os crimes imputados ao ex-presidente e aos outros denunciados, estão liderança de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
  • A denúncia da PGR foi reforçada após a apresentação das defesas de todos os denunciados. “A manifestação é pelo recebimento da denúncia”, disse Paulo Gonet, procurador-geral da República.
  • Gonet rebateu, de forma conjunta, os argumentos apresentados pelos oito investigados que fazem parte do chamado “núcleo central” da suposta organização criminosa. A PGR fatiou a denúncia do STF sobre os acusados pela trama golpista em cinco núcleos. No total, 34 pessoas foram denunciadas.

    Como ocorre o julgamento na Primeira Turma

    O julgamento acerca do recebimento da denúncia começou com a leitura do relatório pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. Em seguida, houve sustentação oral do procurador-geral da República, Paulo Gonet, com duração de 30 minutos.

As defesas dos oito réus iniciaram a sustentação oral por volta das 10h40, com 15 minutos para cada advogado. Todo esse processo inicial tem duração de 2 horas.

Concluída a primeira fase, o relator vai expor, na quarta, seu voto favorável ou contrário à denúncia da PGR.

Nesta quarta-feira (26/3), na terceira sessão agendada, os outros quatro ministros da Turma devem votar na ordem do mais novo para o mais velho e, por último, o presidente: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Caso os ministros votem a favor do recebimento da denúncia, os oito denunciados se tornarão réus.

Se isso ocorrer, serão abertas ações penais contra eles. A fase inicial é a de instrução, quando testemunhas são ouvidas, e as provas, colhidas, caso necessário. Só após a instrução, a ampla defesa e o contraditório, o caso vai ao plenário da turma para ser analisado. Não há prazo previsto para isso.

Metrópoles

Zé do Mestre, referência do artesanato de Pernambuco, morre aos 92 anos em Recife

Foto: Reprodução

Faleceu nesta segunda-feira (24), em Recife, o artesão e vaqueiro José Luiz Barbosa, conhecido como Zé do Mestre, aos 92 anos. Natural de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, Zé, que também era poeta e aboiador, morreu em decorrência de complicações de saúde por causa da idade.

Zé do Mestre era um dos nomes mais importantes do artesanato em couro e dedicou muitos anos de sua vida à produção das peças de roupa do sertanejo. Foi o único, entre os 15 irmãos, a herdar do pai, Luiz Eugênio Barbosa, o Mestre Luiz, a arte de cortar e moldar o couro.

O artesão cresceu e viveu até seus últimos dias na Fazenda Cacimbinha, distante 14 quilômetros do centro de Salgueiro, propriedade que há séculos pertence à família. Lá, ele aprendeu a cuidar do gado e criar todas as 27 peças que compõem o vestuário do vaqueiro, como o gibão, guarda-peito, perneiras, luvas, arreios e chicotes.

Suas peças foram comercializadas para personalidades como o seu amigo, Luiz Gonzaga; pontífices, como o Papa João Paulo II; governadores e para centenas de sertanejos. Seu trabalho conquistou admiradores em todo o mundo, integrando acervos de colecionadores particulares e de museus, como o Missionário Etnológico, em Roma.

Zé do Mestre era casado com Antônia de Brito Barbosa, a Dona Toinha, que durante décadas o auxiliou na produção artesanal, e com quem teve dez filhos. Já devido às limitações da idade, o artesão abandonou a máquina de costura e as ferramentas usadas durante anos, repassando para o filho, Irineu do Mestre, a tradição artesanal do couro;

O corpo do artesão saiu do Recife esta noite e será levado para sua cidade natal, Salgueiro, com previsão de chegada ao amanhecer desta terça-feira (25), onde será velado no SAF do município. O sepultamento ainda está sendo confirmado, mas a previsão é que ocorra às 16 horas.

G1